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13/Jan/2020

Boi: arroba recua e a carne bovina segue em alta

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), sai a carne bovina e entra a mensalidade escolar como a vilã do aumento de preços medido pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de janeiro. No entanto, não deve haver impacto imediato para o consumidor no preço da carne nos açougues. Por enquanto, apenas a arroba do boi gordo teve seu valor reduzido, por conta de menor custo com ração devido às chuvas que favorecem a alimentação natural (capim). Mas, a pressão da exportação para a China continua, porém, ao menos a alta do preço para o consumidor está menor. O boi que está no pasto apresentou queda na variação da arroba na primeira prévia do IGP-M de janeiro, de 5,63%, contra alta de 21,23% na primeira prévia de dezembro do ano passado. A carne bovina que está sendo preparada para ir ao mercado, mas ainda não chegou ao consumidor, saiu de uma alta de 19,95% para aumento de 11,5%.

Pode ser que a carne fique estável no preço atual, mas não há certeza sobre o comportamento daqui para frente, porque a China pode começar a comprar de outros mercados e aumentar a oferta no mercado interno. Mas, enquanto a China estiver comprando muito do Brasil, não haverá oferta abundante para o consumidor brasileiro. Assim, é difícil imaginar que haja espaço para um recuo significativo no preço da carne. A FGV divulgou a primeira prévia do IGP-M de janeiro, que subiu 0,67% após alta de 1,83% na primeira prévia de dezembro puxada pela alta da carne. No ano, o índice que reajusta os aluguéis acumula elevação de 0,67% no ano e 8,02% em 12 meses. O Brasil passou a vender mais para o mercado chinês depois que a peste suína asiática (PSA) atingiu a carne suína exportada da África para a China, no final do ano passado. Somente com a normalização do mercado africano e do australiano, que sofre com as queimadas, será possível esperar uma queda de preço no mercado brasileiro.

Além da redução da pressão do preço da carne, a inflação medida pelo IGP-M foi influenciada na primeira prévia por outros impactos negativos, principalmente da soja, minério de ferro e feijão, que registraram quedas de 1%, 0,51%, e 5,14% respectivamente. Na primeira prévia de dezembro, esses itens, que compõem o Índice de Preço ao Produtor Amplo (IPA) haviam subido 2,68%, 3,91% e 31,66%. Os alimentos in natura sempre apresentam pressão nessa época do ano, por causa do sol intenso e da chuva forte. Para as próximas prévias, a carne deve perder o protagonismo de alta e a mensalidade escolar irá ocupar o lugar de vilã da inflação. Nesta primeira prévia ainda não foi detectado esse aumento porque a coleta é feita de 21 a 31 de dezembro. O consumidor vai ver um tipo de pressão inflacionária que o IPA não antecipa, que são as mensalidades escolares. Como as próximas coletas vão ser dentro de janeiro já terão as mensalidades com ajuste e vão fazer parte das próximas divulgações que devem favorecer a aceleração do IPC (Índice de Preço ao Consumidor). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.