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09/Jan/2020

Boi: vendas de carne para a China têm forte alta

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de carne bovina in natura e industrializada ficaram acima de 1,8 milhão de toneladas em 2019, um recorde. Esse resultado esteve atrelado, especialmente, à forte demanda chinesa por proteína animal. A China junto com Hong Kong foram os principais destinos da carne bovina brasileira, correspondendo por quase a metade de todo o volume enviado pelo País ao mercado internacional. Em 2019, China e Hong Kong, juntos, foram destino de 45,31% do total de carne bovina exportado pelo Brasil, contra 43,69% em 2018. No caso da receita, os demandantes asiáticos corresponderam por 49,86% do montante total recebido por frigoríficos brasileiros, contra pouco mais de 44% em 2018. Em termos absolutos, China e Hong Kong adquiriram 822,56 mil toneladas de carne brasileira, despendendo mais de US$ 3,5 bilhões.

Entre 2018 e 2019, a China aumentou a demanda pelo produto brasileiro em 50,7%, comprando 163,28 mil toneladas a mais no ano passado em relação ao anterior. A consolidação chinesa ocorreu ao longo de 2019, tendo um impacto forte no mercado nacional, principalmente no último trimestre, quando as cotações internas do boi gordo e da carne bovina atingiram patamares históricos reais. As exportações brasileiras, especialmente à China, devem seguir aquecidas, ao menos neste primeiro semestre. Além do alto patamar do dólar, que tende a deixar a carne brasileira competitiva no mercado internacional, as recentes e intensas queimadas na Austrália devem reduzir a oferta de carne desse país, que, vale lembrar, já foi um importante fornecedor de proteína animal à China. A concentração das exportações brasileiras em países asiáticos, no entanto, traz apreensões ao setor nacional.

Isso porque, ainda que atualmente o Brasil venha se beneficiado do contexto da peste suína africana (PSA) na Ásia, novos casos da doença seguem sendo reportados, há o receio de que, no médio prazo, a China reduza o volume demandado, à medida que normalize a oferta doméstica. Além disso, a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos tem se arrefecido, o que pode levar parte da demanda ao país norte-americano. A China também tem sido destaque no preço pago pela carne bovina. Em dezembro, o valor pago pelo país foi de US$ 6,05 por Kg, atrás apenas dos Estados Unidos, de US$ 9,05 por Kg. Hong Kong encerrou o ano pagando US$ 3,25 por Kg pela carne. No acumulado de 2019, o preço pago pela China aumentou 33,4% e pelos Estados Unidos, 7,5%, enquanto por Hong Kong caiu 4,4%.

Essa diferença entre os valores da China e Hong Kong mostram que, apesar de serem do mesmo país geograficamente, estes compram diferentes cortes. Os países que ocupam o terceiro, quarto e quintos lugares em termos de volume são, respectivamente, Egito (sendo destino de 161,03 mil toneladas em 2019) Chile (107,1 mil toneladas) e Emirados Árabes Unidos (71,1 mil toneladas). Em termos de receita, Egito também está em terceiro lugar (US$ 470,64 milhões), seguido pelo Chile (US$ 412,07 milhões) e os Estados Unidos (US$ 310,2 milhões). Os Emirados Árabes Unidos são outro destino em destaque, tendo em vista que o volume de carne bovina adquirido pelo país cresceu 82,8% (ou 32,2 mil toneladas) entre 2018 e 2019. Em receita, a expansão do país árabe foi o segundo maior, de 71,7% (ou de US$ 165,8 milhões), atrás apenas da China, que teve aumento de 76,9% em suas compras na comparação dos dois anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.