ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Jan/2020

Boi: tendência é de preços sustentados em 2020

O setor pecuário nacional inicia 2020 com perspectivas de que o mercado siga firme. O fundamento vem da baixa oferta de animais para o abate e da possível continuidade da demanda internacional aquecida. Nesse sentido, em 2020, a pecuária nacional vai ter que responder com aumento de produtividade para conseguir atender à crescente demanda por novos lotes para abate. No geral, o cenário econômico brasileiro é favorável. O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), prevê crescimento de 2,3% da economia brasileira em 2020. Além disso, estimativas indicam inflação controlada e taxa de juros baixa, contexto que pode atrair novos investimentos na produção e estimular a demanda. Do lado da oferta, a disponibilidade de animais está baixa em todas regiões.

De modo geral, esse cenário é resultado do crescente abate de fêmeas em anos recentes. Além disso, os preços considerados baixos por operadores de mercado entre 2017 e início de 2019 também desestimularam parte dos pecuaristas, o que freou o ritmo de investimentos nos últimos anos. Nesse sentido, os preços do bezerro devem continuar firmes ao longo dos próximos dois anos. Quanto à procura, a esperada melhora da economia tende a elevar a demanda por carne bovina, que pode crescer em torno de 2%. Ressalta-se, contudo, que o atual alto patamar dessa proteína pode fazer com que parte dos demandantes migre para proteínas mais competitivas, como a suína e a de frango. Já no contexto internacional, os persistentes casos de Peste Suína Africada (PSA) na China podem manter o país asiático comprando volumes elevados de carne bovina brasileira.

O alto patamar do dólar, por sua vez, deve continuar estimulando frigoríficos exportadores a realizarem novos contratos externos. Ressalta-se que, em novembro de 2019, novas plantas frigoríficas brasileiras foram habilitadas para exportar carne à China e, para 2020, há possibilidade de abertura de novos mercados, como a Indonésia. Assim, os embarques brasileiros de carne bovina devem seguir acima de 100 mil toneladas por mês, cenário que tem sido verificado desde julho de 2018. As perspectivas são de aumento nos custos de produção da pecuária de corte em 2020. O principal motivo é a baixa oferta de animais de reposição e sua consequente valorização – vale lembrar que esse item chega a representar mais da metade dos gastos dentro da fazenda de recria.

Somado a isso, os fundamentos atuais indicam sustentação nos preços do milho, que estão mais elevados no mercado domésticos, devido, entre outros fatores, às exportações recordes desse cereal em 2019. Assim, num cenário de oferta menor e de demanda crescente, a lucratividade da atividade dependerá da gestão do pecuarista. Considerando-se o milho comprado em maio de 2020 no valor de R$ 47,00 por saca de 60 Kg, o farelo de soja a R$ 1.250/tonelada e o boi magro a R$ 2.900/cabeça e comercializando-se a arroba, em média, a R$ 210 no segundo semestre, a rentabilidade de um confinador paulista pode chegar a mais de 16% no período médio de 90 dias de confinamento. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.