04/Dez/2019

As exportações de carne bovina in natura recuaram em novembro ante outubro, movimento que contribui para reduzir a euforia no mercado físico do boi gordo. Em paralelo, os frigoríficos estão atentos à capacidade do consumidor doméstico de manter ou não a demanda interna aquecida, pois os preços dos cortes no atacado e no varejo seguem firmes. As negociações com a indústria estão mais lentas e o preço da arroba se estabilizou em diversas regiões pecuárias. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 216,50 por arroba à vista e entre R$ 218,50 e R$ 233,00 por arroba a prazo. Os embarques de carne bovina para o exterior saíram do recorde de 170,5 mil toneladas no mês passado para 155,6 mil toneladas em novembro, queda de 8,74%.

A baixa na variação mensal é reflexo da dificuldade no fechamento de contratos com compradores importantes, como a China, que aguardam a redução dos preços dos cortes comercializados pelo Brasil e estão parcialmente abastecidos até janeiro. Os preços internos da matéria-prima estão altos, pois o boi gordo avançou mais de 30% em novembro, e o repasse desses custos pelos frigoríficos encareceu o produto exportado. A dificuldade de fechar contratos com a China é um fator baixista importante para a arroba. Assim, o mercado precisará ficar atento ao desempenho das exportações da proteína nas primeiras semanas de dezembro. A dúvida é sobre como vai ficar a demanda da China após o Ano-Novo chinês (fim de janeiro). Há cautela sobre a possibilidade de o mercado manter o equilíbrio no patamar de R$ 230,00 por arroba alcançado nos últimos dias.

No entanto, que a redução nos embarques não deve abrir espaço para queda muito significativa no mercado físico, visto que a oferta de bovinos terminados segue restrita. Apesar do volume mais conservador de negócios, a oferta de boiadas continua limitada, o que deixa pouco espaço para regressões de preços expressivas. Além disso, o período é de início de mês, quando a demanda por carne vermelha avança. No atacado, o boi casado de animais castrados se mantém estável, cotado a R$ 15,75 por Kg. O lento escoamento no mercado interno está permitindo às indústrias alongarem as programações de abate. Em São Paulo, em média, as escalas estão em seis dias. Com as escalas um pouco mais longas, os compradores estão menos agressivos e, em muitos casos, indicam preços menores pelas boiadas.