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02/Dez/2019

Boi: não há riscos de desabastecimento doméstico

A elevação no ritmo de exportações de carne bovina para a China provocou uma alta nos preços internos da proteína, mas não gera risco de desabastecimento. A avaliação vem na esteira de declarações da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que cogitou a possibilidade de importação da proteína caso fosse necessário recompor a oferta nacional. O posicionamento de Tereza Cristina não surtiu nenhum evento negativo sobre os preços do boi gordo no mercado. Há uma acomodação nas cotações em patamares altos porque os frigoríficos diminuíram as compras por temor de não conseguirem repassar as despesas de matéria-prima para os demais elos da cadeia. No mercado futuro, o recuo nos valores da arroba bovina nada é resultado da realização de lucros pelos investidores, considerando que os preços atingiram níveis muito elevados. Passada a euforia maior no mercado físico, a tendência é de que o ritmo dos negócios mantenha os preços do boi gordo próximos dos atuais níveis até o fim deste ano.

Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o preço do boi gordo, que em São Paulo teve aumento real de 35% em um mês, não vai mais retornar ao patamar anterior. Ela afirmou que a alta das exportações para a China teve forte impacto na valorização da carne em todo o País e que a falta de reajuste nos preços nos últimos três anos também explica a valorização. O Ministério da Agricultura afirmou que está acompanhando a situação e acredita que o mercado irá encontrar o equilíbrio. Mas, não é papel do ministério intervir nas relações de mercado. Os preços são regidos pela oferta e procura. Neste momento, o mercado está sinalizando que os preços da carne bovina, que estavam deprimidos, mudaram de patamar. Algumas redes de supermercados têm afirmado que a exportação de carne tem limitado a oferta da proteína no País, além de inflacionar o produto.

A ministra nega que esteja ocorrendo faltando produto no mercado nacional, mas que o mercado chinês mexeu com as exportações, não só da carne brasileira, mas da carne argentina, paraguaia, uruguaia. O mundo está sentindo o impacto, pois é muito grande a necessidade da China. Além de o Brasil abrir as exportações, a ministra afirmou que o boi gordo tinha um preço represado há três anos. O que aconteceu é que, nesse primeiro momento de abertura, com a China pagando um preço mais alta, houve esse momento de euforia. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 231,00 por arroba. A ministra da Agricultura chamou a atenção, ainda, para um atraso na produção neste ano, com a seca prolongada. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em menos de três meses, o preço de custo do contrafilé registrou índices de aumentos superiores a 50% e o coxão mole, de 46%, o que acaba sendo repassado ao consumidor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.