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28/Nov/2019

Leite: custos de produção deverão subir em 2020

O ano que vem deverá ser de menor rentabilidade para os produtores de leite do País, que terão custos de produção mais elevados, e de margens mais confortáveis para as indústrias, que verão a demanda crescer. Para o produtor, 2019 foi um ano favorável, mas para a indústria não foi tão bom. Em 2020, deve haver uma recuperação de margens da indústria e aumento do ritmo de investimentos. O cenário de aquecimento da demanda também prevê aumento de preços ao consumidor. Algumas categorias estão mostrando reação de consumo e crescendo em volume com preços mais elevados. É o caso de iogurte e queijos. Também há alguns indicadores, como a criação de emprego, que sinalizam um horizonte um pouco melhor para as indústrias.

A produção deverá crescer 3% em 2020, mais do que neste ano (2,5%). Os preços ao produtor deverão aumentar 5,6%, para uma média de R$ 1,487 por litro. Em 2019, a média foi de R$ 1,408 por litro e os preços alcançaram patamares recorde no primeiro semestre, diante da menor oferta no período, e deverão encerrar o ano com alta de 10%. Ocorre que uma valorização dos preços do milho e da soja deverão pesar um pouco mais nos custos de produção. Ainda assim, a rentabilidade média dos produtores (diferença entre a receita e o custo de ração) deverá aumentar 3,1% em 2020, para R$ 23,1 por vaca por dia, ante um avanço de 8,3% em 2019, para R$ 22,40 por vaca por dia. A importação deverá recuar 17% em volume em 2020, em razão do aumento de preços do mercado internacional e da valorização do dólar frente ao Real.

A percepção é de que o próximo ano será de margens menos folgadas, mas de aumento de consumo com a melhora da economia. A margem de 2020 será mais apertada, porque os custos vão subir. Mas, o setor aposta em produtos de maior valor agregado e isso acaba se refletindo no faturamento. O próximo ano também deve ser favorecido pela perspectiva da reforma tributária, que deverá ter um peso significativo para o segmento, do que pelo aumento de consumo em si. O setor deseja tirar os desequilíbrios de impostos estaduais, que geram muito custo. Considerando isso e o aumento do PIB, pode haver uma pequena melhora para produtos de primeira necessidade, como o leite longa vida. Mas, a tendência é de margens ajustadas. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.