21/Nov/2019

A restrição na oferta de bovinos para abate e a forte demanda externa por carne bovina têm impulsionado as cotações tanto no mercado físico quanto no atacadista. Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada do boi registra sucessivos recordes desde o dia 8 deste mês. A carcaça casada está cotada a R$ 14,54 por Kg à vista, elevação acumulada de 24% na parcial deste mês. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam quem as exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem em ritmo forte em novembro, somando 63,86 mil toneladas até a terceira semana do mês. A média diária de embarque está em 6,38 mil toneladas.

Chama a atenção nesta parcial de novembro o valor pago pela carne embarcada, de US$ 4.864,70 por tonelada, que, com câmbio médio de R$ 4,12, gera receita recorde acima de R$ 20.000,00. Principal destino das exportações da proteína bovina em outubro, a China recebeu 65,83 mil toneladas das 185,42 mil toneladas comercializadas pelo Brasil. O volume enviado à China foi 61,2% superior ao de setembro (o equivalente a um aumento de quase 25 mil toneladas) e mais que o dobro (112%) do volume registrado em igual período de 2018 (31,08 mil toneladas). As vendas brasileiras à Hong Kong também seguem aquecidas, somando 32,4 mil toneladas em outubro, 8,58 mil toneladas a mais que em setembro (ou acréscimo de 36,3%).

Assim, em outubro, China e Hong Kong foram destino de metade de todos os embarques de carne bovina nacional. O crescimento expressivo das vendas ao mercado asiático, por sua vez, está atrelado especialmente à peste suína africana (PSA) na China, que leva o país a aumentar as aquisições internacionais de carne suína e bovina. Parte da população chinesa, temerosa do consumo da carne suína, tem migrado para a bovina. Porém, parte dos agentes do setor não vê continuidade para este cenário, visto que o governo chinês está investindo pesadamente na produção doméstica. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.