12/Nov/2019

Mesmo após sucessivas altas na última semana, o mercado físico do boi gordo tem espaço para novos ajustes nesta semana. Além do aquecimento na demanda interna e externa, as programações de abate estão curtas na maioria das regiões. Isso mostra que a demanda deve continuar no curto prazo. Em São Paulo, a indústria fechou a última semana com escala de 4 dias úteis, mais uma vez abaixo da média registrada na parcial deste ano (6,60 dias úteis).

Em Mato Grosso, a situação se repete, com 4 dias úteis na programação dos frigoríficos, enquanto a média de 2019 está em torno de 6 dias úteis. Na Região Norte do País, também há queda na disponibilidade de bovinos prontos para abate. Em Rondônia, as escalas estão em torno de 3,20 dias úteis (média anual parcial gira em torno de 5 dias úteis). Em Goiás, as escalas estão mais alongadas, em 6 dias úteis e em linha com a média parcial registrada em 2019.

A sazonalidade de demanda na segunda quinzena é mais sutil em novembro e dezembro. Geralmente, o consumo interno de proteína bovina é mais fraco na segunda metade do mês, mas neste período de fim de ano há o efeito das contratações temporárias e da primeira parcela do décimo terceiro salário, o que mantém a demanda interna mais aquecida. O feriado da próxima sexta-feira (15/11) deve ajudar na manutenção de um volume de consumo doméstico.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 176,50 por arroba à vista e a R$ 178,50 por arroba a prazo livre de Funrural. No atacado, a dificuldade de compra de gado leva a uma situação de estoques enxutos, o que continua a oferecer suporte às altas, além do avanço nos preços das carnes concorrentes. O corte traseiro está cotado a R$ 15,50 por Kg e o dianteiro, a R$ 10,10 por Kg.

O mercado deve seguir atento ao desempenho semanal das exportações de carne bovina in natura, fator que tem efeito significativo para enxugar os estoques internos. A exportação de carne bovina cresceu 11% em volume no acumulado do ano, até outubro. O prognóstico é de que essa movimentação no mercado internacional se mantenha até o fim do ano, época em que as vendas geralmente são mais fortes, proporcionando um novo recorde histórico de vendas do produto em 2019, com crescimento que pode superar um pouco os 10%.