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12/Nov/2019

Boi: preços da carne bovina atingem um recorde

O preço da carne bovina no atacado na Grande São Paulo, principal centro consumidor do Brasil, atingiu uma máxima histórica, com a forte demanda da China e uma oferta mais restrita de animais para abate. A carcaça casada do boi (traseiro, dianteiro e ponta de agulha) atingiu R$ 2,35 por quilo, maior patamar da série do Cepea, iniciada em 2001. Até então, o maior preço já registrado, de R$ 12,21 por quilo, havia sido visto em abril de 2015 (valores deflacionados). A China causou uma pressão altista ao longo do ano. Com a ajuda da China, que está elevando compras para enfrentar uma redução da oferta interna de carne advinda da peste suína africana, as exportações de carne bovina in natura do Brasil atingiram máxima histórica para um único mês em outubro, com embarques de 160,1 mil toneladas. O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, em um mercado global com poucos players relevantes, que ainda têm alguns limites para atender a demanda.

Argentina, Paraguai e Uruguai têm limites de área. A Austrália tem problema de seca e já exporta muito. Então, o mundo se volta ao Brasil com a esperança de ter uma oferta barata. A Arábia Saudita habilitou mais oito frigoríficos brasileiros de carne bovina, o que potencialmente significa mais concorrência pela carne entre a exportação e o mercado interno. Além das exportações – que só recentemente passaram a representar mais do que os tradicionais 20% da demanda pela carne bovina brasileira –, o Brasil enfrenta uma oferta menor de animais para o abate, o que tem se refletido nos preços da arroba do boi em patamares historicamente elevados. O valor da arroba bovina no Estado de São Paulo superou os R$ 180 pela primeira vez, com uma economia com sinais de recuperação também influenciando nas cotações. O preço da arroba atingiu R$ 181,90, acumulando alta de 6,5% no mês de novembro.

Quando se deflaciona a série histórica, o patamar atual é superado pelo preço visto em abril de 2016, de R$ 182, e ainda fica um pouco distante da histórica cotação de R$ 190,84, de abril de 2015, valor que também considera a inflação no período. A oferta é restrita, a demanda está bastante aquecida, especialmente para a China, há abates de fêmeas, novilhas e vacas, o que indica menor oferta de bezerro no futuro. O Brasil teve um aumento de produtividade após um período seco em 2014 e 2015, mas o mercado interno ruim levou muitos produtores a abaterem fêmeas, no ano passado e no início deste, o que agora colabora para redução da oferta de gado. O varejo está formando estoques para as festas de final do ano, e os frigoríficos estão pagando mais pelo boi. Com uma recuperação das margens da atividade, o pecuarista vai investir, o que pode gerar uma melhora da oferta mais adiante. Fontes: Cepea e Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.