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11/Nov/2019

Boi: preço em alta pressiona margens da indústria

Os preços do boi gordo seguem em viés altista. Em São Paulo, a cotação é de R$ 174,50 por arroba à vista e entre R$ 176,50 e R$ 178,00 por arroba a prazo. No entanto, há relatos de contratos fechados a R$ 180,00 por arroba à vista. Em geral, para boiadas que se enquadram nas exigências de importação da China, há ofertas de compra até R$ 5,00 por arroba acima da referência. Há espaço para novas altas no curtíssimo prazo, tanto em função do menor alojamento de bovinos no segundo giro de confinamento, bem como pelo atraso na engorda do gado extensivo nos pastos, devido ao atraso das chuvas neste ano.

Do ponto de vista da oferta, a baixa disponibilidade de bovinos terminados tem enxugado os estoques da indústria e há necessidade de recomposição das reservas nas câmaras frias. Além disso, o avanço das exportações contribui significativamente para diminuir o volume da proteína disponível no mercado doméstico. No lado da demanda, a expectativa é de que, no curto prazo, o feriado da Proclamação da República (15/11), eleve o consumo de carnes. Em São Paulo, no atacado, o boi casado de animais castrados acumula alta de 7,9% em novembro e está cotado a R$ 12,52 por Kg. Desde o fim de agosto, quando a reação começou a ser observada, a cotação acumula avanço de 22%.

No entanto, a arroba do boi gordo está subindo em patamares mais elevados do que os preços da carne, o que mantêm achatada as margens de comercialização dos frigoríficos que fazem a desossa. Ao longo de novembro e dezembro o consumo mais intenso de final de ano deve ajudar a precificação da carne bovina e, consequentemente, a margem de comercialização, que está em 13,3%. No varejo, houve repasse do atacado. Se o consumidor interno absorver o aumento de preços, é esperado que as cotações permaneçam firmes nas próximas semanas, até que o varejo consiga, ao menos, recompor sua margem, que está em 45,6%, queda de 9% em um mês.