ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Nov/2019

Boi: setor quer gerar valor à pecuária sustentável

Em meio ao abalo na imagem do Brasil causado pelos incêndios da Amazônia, um grupo de criadores de gado da região do Araguaia, em Mato Grosso, decidiu criar uma associação nacional para gerar valor à pecuária sustentável. Os pecuaristas querem provar que a atividade integrada à lavoura e à floresta é altamente sustentável, não poluidora, e pode dar valor à cadeia da carne. A Associação Brasileira de Produtores de Carne Carbono Neutro e Baixo Carbono (ABCNN) reuniu um grupo de pecuaristas para combater o preconceito ao produtor brasileiro, em um momento que as questões ambientais estão no centro dos debates. Há um forte temor do setor de sofrer boicotes de países importadores, sobretudo da Europa. Muitos países europeus acusam os agricultores brasileiros pelo desmatamento ilegal da Amazônia e a entidade quer mostrar que isso não é verdade.

Obviamente há práticas ilegais, sobretudo de grileiros, e de parte do setor, mas os pecuaristas que adotam práticas sustentáveis não podem ser penalizados por isso. Criada em setembro, a entidade está, neste momento, preparando seu plano estratégico de atuação, e deve começar a arregimentar pecuaristas que se identificam com as práticas sustentáveis. O grupo de pecuaristas da Liga do Araguaia tem participado ativamente de discussões sobre como valorizar a pecuária brasileira. O entendimento é de que a atividade deveria carregar essa biodiversidade em forma de valor, com algum benefício econômico. Em países do Hemisfério Norte, os criadores compram a área produtiva sem um comprometimento de preservar floresta. No Brasil, os produtores têm um custo de manutenção, com engenheiros ambientais, para manter a diversidade.

Isso deveria ser colocado na conta e considerado um diferencial. Levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra que o País preserva 66,3% do território agrícola na forma de matas e florestas nativas, um total de 563 milhões de hectares protegidos. A Embrapa criou um selo, o Carne Carbono Neutro (CCN), uma marca que atesta a carne bovina produzida em sistemas de integração pecuária-floresta e lavoura-pecuária e floresta, e está em fase de desenvolver a metodologia de certificação. No calor das discussões ambientais por conta dos incêndios na Amazônia, foi aprovado o projeto de lei número 312, de 2015, que tem como objetivo premiar as ações voltadas à preservação do meio ambiente. O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) abre caminho para que se reconheçam boas práticas ambientais e sejam assim remuneradas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.