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18/Dec/2025

Leite: desenvolvimento e incentivos às exportações

Segundo a Aliança Láctea Sul Brasileira, que tem foco no incentivo às exportações, a crise enfrentada atualmente pelo setor leiteiro reflete uma realidade recorrente. Os ciclos de crise são frequentes, repetindo-se praticamente a cada dois anos, com intervalos curtos entre períodos de preços elevados e momentos de queda nos valores pagos ao produtor rural. Esse cenário está diretamente relacionado ao desequilíbrio entre oferta e demanda. Atualmente, a oferta supera o consumo, resultando em uma sobra estimada de 1,7 bilhão de litros de leite. Há preocupação com a baixa competitividade do Brasil no mercado internacional.

O ideal é ter um sistema semelhante ao da suinocultura, da avicultura e da bovinocultura de corte, em que cerca de um terço da produção é destinada ao mercado externo. O Codesul (bloco que reúne Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul) realizará uma reunião com a presença dos governadores. Na ocasião, será debatido o Plano de Desenvolvimento e Incentivos às exportações de lácteos. O Conselho de Desenvolvimento da Região Sul atua em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE). O objetivo é garantir um “passaporte” para o leite brasileiro. Para alcançar uma solução definitiva, é necessário tornar o setor competitivo no mercado mundial.

Indústrias e grandes redes de supermercados buscam produtos lácteos em outros países devido aos preços mais baixos em relação ao produto nacional. As medidas emergenciais, atualmente em debate para amparar os produtores em um momento de crise aguda, são válidas. No entanto, há necessidade de ações estruturantes para transformar o setor em uma cadeia competitiva. A exportação é a saída. O setor leiteiro passa por uma profunda transformação estrutural. Alguns produtores já operam dentro de padrões internacionais, mas a maioria ainda se encontra distante de um nível competitivo. O principal ponto de atenção é a redução de custos.

Relatório da Aliança Láctea Sul Brasileira aponta que, nos últimos dez anos, houve uma expressiva redução no número de produtores nos três Estados da Região Sul. No Rio Grande do Sul, o total caiu de 84 mil para 28 mil produtores. Em Santa Catarina, a redução foi semelhante, passando de 70 mil para cerca de 22 mil. Os produtores que permanecem na atividade estão ampliando seus plantéis, indicando que, para alguns crescerem, outros acabam deixando o setor. Esse movimento é consequência da ausência de exportações e não há solução alternativa. O propósito é desenvolver a competitividade global do leite brasileiro, assim como já ocorreu com o frango, o suíno e o gado de corte. Fonte: Rede Peperi. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.