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18/Dec/2025

Leite: ampla oferta global pressionando os preços

O 394º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado no dia 16 de dezembro, apresentou movimentos mistos entre os produtos, porém o preço médio (price index) dos produtos negociados recuou 4,4%, chegando a US$ 3.341,00 por tonelada, atingindo o menor preço desde dezembro de 2023. O leite em pó integral (LPI) apresentou o maior recuo deste leilão, com queda de 5,7%, levando o preço médio a US$ 3.161,00 por tonelada. Com esse movimento, o produto atingiu o menor patamar desde julho de 2024, e quedas dessa magnitude não eram observadas desde setembro. O leite em pó desnatado (LPD) também registrou retração, de 2,1%, com o preço médio ficando em US$ 2.431,00 por tonelada. A segunda maior queda do leilão foi observada na gordura anidra do leite, que acumulou o quarto recuo consecutivo, atingindo o preço médio de US$ 5.602,00 por tonelada. A manteiga também apresentou desvalorização, com queda de 2,5%, sendo negociada em torno de US$ 5.012,00 por tonelada.

Na contramão, a lactose registrou a maior alta do leilão, com valorização de 14,4%, alcançando US$ 1.430,00 por tonelada e retornando a níveis não observados desde maio. Em seguida, a muçarela apresentou avanço de 6,7%, com preço médio de US$ 3.395,00 por tonelada. O volume negociado continua aumentando em comparação com o ano anterior, e praticamente estável em relação ao mês passado. O volume negociado neste leilão totalizou cerca de 33,97 mil toneladas, representando nova queda (-0,9%) frente ao evento anterior. Frente ao mesmo mês do ano passado, o volume negociado apresentou uma alta de 5,8%. A tendência de baixa para os primeiros meses de 2026 permanece, com novos recuos em relação às cotações dos últimos dias. Para março, porém, o cenário de alta segue confirmado nos contratos. O evento apresentou demanda estável em relação ao leilão anterior, porém os preços continuaram em queda, movimento explicado principalmente pelo forte aumento da oferta. Apesar da demanda não ter recuado, ela ainda se mostra insuficiente para absorver o volume adicional disponível, mantendo pressão sobre as cotações.

Nesse contexto, o leilão da segunda quinzena de dezembro evidenciou uma postura mais cautelosa dos compradores, diante de um mercado amplamente ofertado. Essa cautela tem se refletido na estabilidade dos contratos futuros para o primeiro trimestre de 2026, indicando expectativas ainda conservadoras. Para o mercado brasileiro, a queda nos preços internacionais pode se traduzir em valores mais baixos praticados por importantes parceiros comerciais, como Argentina e Uruguai. No entanto, a elevada oferta de lácteos no mercado interno tem aumentado a competitividade dos produtos nacionais frente aos importados, limitando impactos mais relevantes. Ainda assim, o dólar segue como um ponto de atenção, já que a taxa de câmbio exerce influência direta sobre os preços de importação dos produtos lácteos. Nos últimos dias, a alta na moeda norte-americana tende a aumentar a competitividade dos produtos nacionais. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.