16/Dec/2025
Segundo o Itaú BBA, a manutenção do fluxo das exportações brasileiras de carne bovina para a China nos próximos meses será decisiva para evitar pressão adicional sobre as cotações do boi gordo, em um cenário de oferta ainda confortável no curto prazo. A normalidade nas exportações será fundamental para equilibrar os preços, especialmente diante do aumento sazonal da oferta e do descarte de fêmeas. A China postergou de novembro para janeiro a decisão sobre o processo de investigação de salvaguarda, tema considerado sensível para o Brasil, maior fornecedor do mercado chinês. Essa decisão reduziu a pressão sobre o contrato futuro de dezembro.
Mas, com o boi gordo estável no mercado físico, os vencimentos mais curtos seguem sem força para alta além dos níveis atuais. Apesar desse quadro, os preços da carne seguem sustentados no mercado interno. A boa relação entre carne e boi para os frigoríficos sugere algum espaço para alta adicional do boi gordo no curto prazo. Ainda assim, na curva futura, a oferta elevada tende a dificultar ajustes mais relevantes. Dados preliminares de abates em novembro indicam que o ritmo forte observado em setembro e outubro foi mantido. Na curva de preços, o valor médio do boi gordo para 2026, de R$ 333,10 por arroba em 12 de dezembro, aponta alta de 6% em relação a 2025.
A expectativa é que a oferta comece a moderar no próximo ano, mas esse processo deve ocorrer de forma gradual. Um dos principais pontos de atenção segue sendo o mercado de reposição. O boi magro escasso tende a permanecer dificultando as reposições, enquanto o bezerro continua se valorizando em função da oferta restrita. Mesmo com margens ainda positivas para o confinamento, o maior desafio tem sido o encarecimento do boi magro, em linha com relatos de maior dificuldade para encontrar esses bovinos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.