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06/Nov/2019

Boi: veto dos EUA dificulta abrir novos mercados

A decisão dos Estados Unidos de manter o veto à carne bovina in natura do Brasil não deve pressionar os preços internos, pois a procura pela proteína por outros mercados, em especial a China, segue aquecida. Mas, dificulta a abertura de novos mercados, principalmente os que costumam acompanhar os Estados Unidos, como Japão e Coreia do Sul, e que costumam pagar mais pela proteína. A manutenção do veto é ruim e surpreendeu o mercado. Mas, como a novidade foi a não aprovação de um mercado que, no primeiro momento, importaria relativamente pouco, o mercado ficou estável. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), entre janeiro e maio de 2017, antes da suspensão, os Estados Unidos importaram 11,79 mil toneladas de carne bovina in natura do Brasil, ou US$ 49 milhões, figurando, no período, como o nono principal comprador do País.

No mercado físico pecuário, de fato não houve efeito imediato da manutenção do veto. Nesta terça-feira (05/11), primeiro dia após o anúncio da continuidade do embargo, a referência de preço da arroba do boi gordo subiu em 23 regiões pecuárias. Nas outras nove regiões pesquisadas, a arroba ficou estável. Não houve recuo. O avanço foi puxado pela China. Os preços atuais não devem ser afetados pelo veto, mas há efeito negativo da decisão dos Estados Unidos. A vantagem de exportar para os Estados Unidos é menos o mercado norte-americano em si e mais porque vários países não têm sistema próprio de vigilância sanitária ou então simplesmente preferem adotar o sistema dos Estados Unidos.

Hoje, o Brasil é grande exportador, mas exporta para mercados que pagam menos ou não são muito exigentes. Sem abrir o mercado dos Estados Unidos, haverá dificuldade também para abrir Japão, Coreia do Sul e Taiwan, por exemplo. São mercados que pagam bem pela carne. Os Estados Unidos suspenderam a compra de carne bovina in natura brasileira em junho de 2017, alertando sobre a presença de abscessos e material estranho não identificado em aparas desossadas de carne de vários estabelecimentos visitados em inspeções. O embargo aconteceu um pouco depois da operação Carne Fraca. Nesta terça-feira (05/11), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, admitiu que se decepcionou com a manutenção do veto, mas afirmou que os Estados Unidos são um excelente mercado e que está otimista quanto à reabertura. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.