16/Dec/2025
O mercado do leite entra em 2026 com um cenário que exige atenção. Depois de um 2024 favorável, os produtores de leite viram suas margens se deteriorarem em 2025. A remuneração no campo caiu na comparação feita mês a mês em oito de 11 meses analisados. A queda de preços aconteceu, inclusive, em um momento incomum, no período de entressafra, entre maio e agosto, quando normalmente a oferta de leite diminui. No entanto, este ano, devido a margens favoráveis ao produtor no final de 2024 e início de 2025, investimentos foram realizados, o que melhorou a produção.
Além disso, em 2025 o clima foi menos volátil. A produção inspecionada até o terceiro trimestre aumentou 7,9% na comparação anual (IBGE), um recorde. A importação em patamares elevados, combinada a uma demanda que não cresceu no mesmo ritmo, pressionou o mercado. Com a sequência de quedas no preço do leite no campo, as margens do produtor foram ficando cada vez mais achatadas. Em 2025, no comparativo com 2024 (até novembro), a diferença entre o preço do leite ao produtor e o índice de custo de produção, calculado pela Scot Consultoria, diminuiu 10,3%.
Para 2026, a produção não deve crescer no mesmo ritmo, em função do preço do leite menor e das margens apertadas. Para os próximos meses, a oferta maior que a demanda sustenta a expectativa de continuidade de queda nos preços. A recuperação da cotação deve ocorrer a partir do segundo bimestre de 2026, quando a oferta começa a cair na região Sul. Para o produtor, o ambiente tende a ser desafiador no próximo ano, com preço, em média, menor que em 2025. Entretanto, para contrabalançar a situação, a tendência dos grãos aponta para uma certa calmaria, o que pode amenizar os custos e equilibrar as margens. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.