15/Dec/2025
O Ministério da Agricultura da França anunciou na sexta-feira (12/12) o reforço das medidas de controle sanitário na região da Occitânia, no sul do país, após a confirmação de dois novos focos de Dermatose Nodular Contagiosa (DNC) em bovinos. Embora a situação esteja estabilizada na região de Auvergne-Rhône-Alpes, o cenário na Occitânia é considerado preocupante com as detecções ocorridas nos dias 9 e 10 de dezembro nos departamentos de Ariège e Hautes-Pyrénées. A DNC é uma doença viral grave que causa nódulos na pele e mucosas de bovinos, febre, perda de leite, emagrecimento e pode levar à morte, sendo transmitida por insetos (mosquitos, moscas) e contato, com perdas econômicas significativas, não afetando humanos, e é controlada com vacinação e medidas sanitárias, não havendo tratamento específico para o vírus.
O Ministério emitiu um alerta severo aos produtores, observando que os novos focos foram detectados a mais de 100 Km do departamento afetado mais próximo, uma distância muito superior à capacidade de voo dos insetos vetores, que é inferior a 5 Km. Isso indica que o vírus pode ter sido transportado por meio do movimento irregular de animais infectados, o que motivou o reforço nos controles rodoviários para garantir o cumprimento das restrições. Como resposta imediata, foi estabelecida uma nova zona regulamentada (ZR6) ao redor dos focos, abrangendo partes dos departamentos de Ariège, Hautes-Pyrénées, Haute-Garonne, Gers, Aude e Pireneus-Atlânticos. Esta área inclui um raio de proteção de 20 Km com restrições severas de movimento e uma zona de vigilância de 50 Km com medidas preventivas reforçadas. Diante da degradação da situação sanitária, o governo decidiu expandir a estratégia de imunização instaurando uma zona vacinal que cobre os departamentos de Aude, Haute-Garonne, Gers e Pireneus-Atlânticos, excetuando as comunas já regulamentadas.
Nesta área, a vacinação de todos os bovinos torna-se obrigatória, com custos integralmente cobertos pelo Estado, e fica proibida a saída de animais da zona, salvo para abate imediato. Para conter a propagação do vírus em todo o território nacional, medidas adicionais foram impostas até 1º de janeiro de 2026. Estão proibidas as aglomerações festivas de bovinos e a notificação de movimentação de animais deve ser feita em até 24 horas, em vez de sete dias. Além disso, veículos de transporte de gado deverão ser desinsetizados caso saiam da França. Em paralelo, o governo reforçou o dispositivo de indenização para apoiar os pecuaristas afetados. O auxílio cobre o valor de substituição dos bovinos e compensa o período de improdutividade da fazenda, com quase 6 milhões de euros já pagos desde o primeiro caso em junho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.