12/Dec/2025

Agricultores e pecuaristas familiares de diversas regiões do Rio Grande do Sul realizam, na quarta-feira (10/12), uma grande mobilização estadual em Porto Alegre. Organizados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), os mais de 1.500 produtores se concentraram em frente às sedes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Receita Federal para pressionar o governo por medidas imediatas diante da crise que atinge o campo. O movimento reivindica soluções para o endividamento crescente dos produtores, a ampliação e o fortalecimento do seguro rural, além de políticas que garantam preço justo pelos produtos agrícolas. Segundo a Federação, a ausência de respostas eficazes tem comprometido a renda, a dignidade e a permanência das famílias no campo. Durante a reunião realizada com representantes do MDA e do Mapa, a Fetag-RS reforçou a gravidade da situação enfrentada pelos produtores de leite de todo o País.

Segundo a entidade, o avanço das importações de lácteos provenientes de países vizinhos tem agravado ainda mais o cenário econômico da cadeia, especialmente para a agricultura familiar, que já acumula anos de prejuízos decorrentes de eventos climáticos extremos e dos altos custos de produção. A Fetag defende a suspensão imediata das importações de leite e derivados como medida de proteção emergencial e considera necessária a modernização das regras de uso, proibindo que o produto importado seja utilizado como insumo para outros alimentos industrializados, como pães e sorvetes, brechas que continuam afetando o mercado interno e prejudicando a competitividade do produtor brasileiro. A entidade também defende a revisão da relação comercial com Argentina e Uruguai, com a adoção de mecanismos antidumping eficazes, regras transparentes e cotas de importação que ofereçam segurança ao setor.

No encontro com os ministérios, os superintendentes do MDA, do Mapa e do CONAR informaram que aguardam a publicação de uma portaria para liberar recursos destinados à compra governamental de alimentos, incluindo o leite, com verbas previstas para dezembro e janeiro. Também afirmaram estar solicitando a aplicação de restrições temporárias às importações até a conclusão das investigações de dumping. Diante desse cenário, embora haja indicações de avanço, as respostas ainda são insuficientes. A Fetag-RS segue mobilizada e cobrou o governo do Estado sobre a execução dos recursos anunciados para compras governamentais e a implementação do subsídio aos juros do Pronaf para produtores de leite. A entidade afirma que somente ações imediatas e efetivas poderão garantir renda, estabilidade e a permanência das famílias da agricultura familiar no campo. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.