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11/Dec/2025

Boi: pecuaristas optando pela retenção de fêmeas

Os dados de abate do terceiro trimestre de 2025 divulgados nesta quarta-feira (10/12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trazem a confirmação estatística dos movimentos observados no mercado físico nos últimos meses. Os números confirmam que pecuaristas passaram a reter fêmeas do segundo para o terceiro trimestre, estimulados pela contínua valorização dos bovinos de reposição. Mostram também que o número de bovinos abatidos cresceu 7% no comparativo com o terceiro trimestre de 2024, mas o peso médio baixou levemente, cerca de 1%. Mesmo com a maior produção, não houve excedente no mercado doméstico. O ritmo intenso das exportações manteve a disponibilidade interna ajustada e deu sustentação aos preços.

No acumulado do trimestre, foram produzidas 2,96 milhões de toneladas, avanço de 6,5% frente ao terceiro trimestre do ano passado. Setembro destacou-se com 1 milhão de toneladas de carne bovina, volume mensal inédito no histórico do IBGE, iniciado em 1997. A produtividade, ou seja, o peso médio das carcaças manteve-se praticamente estável no comparativo com um ano atrás, mas com aumento de 3,9% sobre o trimestre anterior. De julho a setembro, o peso médio das carcaças de machos e fêmeas foi de 262,95 quilos, puxado sobretudo pelos resultados de setembro, com média de 265,77 quilos. A participação de fêmeas recuou para 44% das cabeças de gado abatidas em setembro, o menor patamar do ano, em contraste ao recorde batido no trimestre anterior.

Mesmo com a menor participação, as fêmeas ainda superaram os 39% de setembro/2024, indicando a adaptação do setor às preferências de parceiros comerciais como a China. A produção de carne aumentou, mas não no mesmo ritmo que as exportações. Em novembro, a disponibilidade interna recuou para um dos menores patamares dos últimos meses, e as projeções para dezembro indicam manutenção desse cenário de oferta restrita. Estima-se que cerca de 40% da produção formal tenha sido destinada ao mercado externo em novembro. Com isso, a disponibilidade interna no mês teria sido próxima de 517 mil toneladas, o menor volume na série histórica desde março/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.