11/Dec/2025
A Comissão Europeia determinou o recolhimento de lotes de carne bovina brasileira após a detecção de hormônios proibidos em remessas que chegaram ao bloco no início do mês. Após a descoberta, os produtos foram retirados das prateleiras em 11 países da União Europeia (UE), além do Reino Unido. Em virtude do ocorrido, autoridades nacionais emitiram alertas sanitários e reforçaram a fiscalização em mercados como Alemanha, Áustria, Itália, Grécia, Países Baixos e Irlanda. Ainda não há informação oficial sobre a origem exata dos lotes no Brasil.
O recolhimento dos lotes ocorre em um momento decisivo para o acordo comercial Mercosul-UE, em negociação há mais de duas décadas. A reação mais dura em relação ao caso partiu da Associação Irlandesa de Agricultores (IFA), que classificou o episódio como “preocupante” e indicativo de falhas nos controles sanitários brasileiros. Segundo a IFA, o caso reforça argumentos contra a abertura do mercado europeu à carne do Mercosul. As conclusões devem servir de alerta sério para os burocratas e apoiadores que tentam aprovar um acordo comercial com o Mercosul em benefício da grande indústria, em detrimento dos agricultores europeus e da saúde e bem-estar dos cidadãos da União Europeia, afirmou a entidade.
A França, que lidera a resistência ao acordo, também enfrenta forte pressão interna de produtores rurais. Agricultores temem perder espaço para a carne brasileira e de outros países do bloco sul-americano. Embora críticos sigam mobilizados, o presidente Emmanuel Macron afirmou a empresários brasileiros, em 6 de novembro, ver “perspectivas positivas” para o avanço do tratado. Pouco depois, porém, o Parlamento francês aprovou uma resolução rejeitando a assinatura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.