09/Dec/2025
Os brincos são utilizados em animais, principalmente em bovinos, como forma de identificação. Há cerca de um ano, eles também passaram a monitorar o bem-estar em bezerras. E com um detalhe: quando a situação não está boa, eles piscam. A proposta do SenseHub Dairy Youngstock é alertar os criadores de forma preventiva. A tecnologia da MSD Saúde Animal analisa o comportamento das bezerras e compara com parâmetros previamente estipulados. A ideia é que os brincos, que têm um LED, acendam quando houver uma diferença nesses padrões de comportamento. Quando há um desvio desses indicadores, as chances de ser o início de uma doença são grandes. A tecnologia do brinco, pensando nas bezerras, trabalha para auxiliar o olhar da mudança comportamental com antecedência. E, por isso, é possível ser mais assertivo até antes mesmo da apresentação de um sinal clínico, pensando num tratamento precoce. Os brincos podem ser usados desde o primeiro dia de vida dos bovinos.
O grande diferencial para isso são os algoritmos que conseguem fazer esse acompanhamento na parte inicial da vida das bezerras, a chamada etapa de aleitamento, em média dura 75 dias. São olhares diferentes, em que a tecnologia capta, num primeiro momento, o comportamento no sentido de movimentação, em relação à sucção, ou seja, a voracidade da mamada para trazer sanidade para o animal. O brinco acompanha até os 12 meses iniciais da bezerra, e os parâmetros vão mudando com o passar do tempo, já que depois há a etapa de desmame e a ingestão de alimentos sólidos. A forma de medir a felicidade animal é o bem-estar, e animais com um padrão de bem-estar constante tendem a viver mais. Por isso, um dos resultados que a empresa tem observado com os brincos é uma redução na mortalidade dessas bezerras, já que, nessa fase de formação, elas são mais sensíveis a enfermidades. O sistema de sensores utilizado nos brincos é o mesmo que alguns celulares têm. Aliado a isso, há algoritmos que ajudam a fazer a leitura do comportamento animal.
A tecnologia já era usada em vacas adultas, mas nas bezerras a barreira era a particularidade do ciclo biológico, já que, nos primeiros meses, não há uma alimentação sólida, só à base de leite. Além disso, foi preciso adaptar para mapear sintomas de doenças típicas na fase inicial dos bovinos, como a diarreia e doenças respiratórias. Apesar de ser uma ferramenta útil de monitoramento, é importante ter um acompanhamento profissional para concretizar o diagnóstico. A sintomatologia das doenças pode ser a mesma. Então, o brinco analisa a alteração do comportamento e gera o alerta, dizendo que esse animal está diferente em relação a ele mesmo e que é preciso examiná-lo. Além disso, o custo de prevenção pode trazer uma economia para o negócio, além de criar animais mais produtivos. Os produtores têm começado a olhar para essa fase, que antigamente não era tão vista, já que ela garante o futuro da fazenda. Fonte: Estadão. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.