04/Dec/2025
Ao longo de novembro, os preços do bezerro reforçaram as evidências de que a pecuária está em transição no ciclo. A reposição teve valorizações consistentes em diversas regiões, ao passo que os preços do boi gordo para abate seguiram basicamente em estabilidade. No comparativo com o ano passado, o valor do boi gordo perde para a inflação, ao passo que bezerro e boi magro têm vantagem por volta de 3%. O boi gordo encerrou novembro com médias superiores às de outubro, mas sem as elevações comuns deste período em anos anteriores. Além disso, no comparativo com um ano atrás, em termos reais (considerando-se a inflação do período, IGP-DI), os preços estiveram menores. O preenchimento de boa parte das escalas de abate com contratos aliviou a demanda no spot e permitiu à indústria negociar ofertando ajustes moderados.
Em Rondonópolis (MT), o boi gordo teve média mensal de R$ 299,75 por arroba, avanço de 3% frente a outubro, mas 3,7% abaixo do negociado no mesmo mês de 2024, em termos reais. Comportamento semelhante foi observado em Araçatuba (SP), onde o boi gordo foi negociado à média de R$ 320,11 por arroba, com alta de 4% sobre outubro, mas recuo de 3,6% no comparativo anual, refletindo a demanda ajustada, mas constante, do mercado físico. O preço das fêmeas para abate teve o mesmo comportamento. Em Rondonópolis e em Araçatuba, as vacas gordas registraram médias de R$ 283,03 por arroba e de R$ 299,60 por arroba, respectivamente, ambas com valorizações de 3,5% frente a outubro, mas ainda recuando no comparativo com novembro/2024, em 3,5% e 4,1%, em termos reais. A oferta de bezerros e bois magros abaixo da demanda, aquecida para preencher confinamentos ou recria intensiva, impulsionou as cotações dessas categorias.
Isso pressionou a relação de troca do terminador e caracterizou justamente a mudança de período para a pecuária brasileira. O bezerro, item mais escasso da temporada, teve média de R$ 2.952,50 em novembro em Rondonópolis; em Araçatuba, a média foi bem parecida, de R$ 2.964,94, atingindo os maiores valores reais desde início de 2022. As valorizações do boi magro têm sido ainda mais intensas, mas os preços atuais não superam os observados entre junho e julho, período em que a demanda de confinadores por esses animais esteve bastante aquecida, com vistas ao abate entre setembro e novembro. Em novembro, em Rondonópolis, o boi magro teve média de R$ 4.259,18, altas de 1,8% frente a outubro e de 3,2% no comparativo com novembro/2024, em termos reais. Em Araçatuba, o boi magro teve média de R$ 4.250,74 por arroba, avanços de 3,7% no comparativo mensal e de 6,9% no anual. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.