04/Dec/2025
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a exportação total de carne de frango in natura e processada em 2026 deve alcançar até 5,5 milhão de toneladas, volume 3,4% maior ao estimado para 2025, de 5,32 milhões de toneladas. A perspectiva é de que a produção brasileira neste ano fique em 15,3 milhões de toneladas, crescimento até 2,2% ante 2024, quando foi de 14,972 milhões de toneladas. Com relação ao consumo per capita brasileiro, o índice deverá alcançar até 46,8 Kg por habitante em 2025, número 2,8% maior em relação ao consumo registrado em 2024. Para 2026, a perspectiva é de que a produção de carne de frango fique em até 15,6 milhões de toneladas, volume até 2,0% maior em relação a 2025. O consumo doméstico tende a crescer até 1,2% ante 2025 para 47,3 Kg. A reabertura do mercado chinês deve impulsionar a recuperação dos preços da carne de frango em 2026, após um ano marcado pela queda dos valores pagos pelos importadores e pela necessidade de redirecionar produtos para destinos de menor valor.
Durante o fechamento do mercado da China, parte do volume brasileiro precisou ser deslocado para mercados alternativos, com o produto vendido para a África ou Hong Kong, que tem um preço médio mais baixo. A abertura chinesa, porém, muda o panorama. Com a reabertura da China, esse produto volta aos preços médios que a China pagava, sempre com prêmio em relação a outros mercados. A retomada de mercados como México e Europa também contribui para a recuperação. Os fundamentos globais reforçam a perspectiva: queda das exportações dos Estados Unidos, menor produção local em países europeus e aumento da demanda internacional. O momento é um ponto de virada após meses de ajustes: o mercado vinha instável, mas agora se vê a normalização dos preços e a recuperação dos mercados que pagam mais. Para o mercado interno, a projeção é de estabilidade, mesmo com a sazonalidade típica do fim do ano. Embora o alojamento tenha crescido, a disponibilidade de carne caiu.
O preço médio caiu neste ano. É por isso que se fala em aumento de alojamento, mas a disponibilidade caiu. Dados da ABPA mostram produção menor no trimestre e oferta doméstica estimada em 820 mil toneladas entre outubro e dezembro. Isso deve garantir equilíbrio no início de 2026. A previsão é de estabilidade na virada do ano. Mesmo com possíveis variações, os custos estão positivos. O setor deve continuar com custos de produção “sob controle” em 2026, mesmo diante da expansão acelerada da indústria de etanol de milho e do descolamento entre os preços interno e internacional do grão. A combinação entre safra volumosa, substituição crescente por DDG nos confinamentos e a adaptação das agroindústrias à paridade de custos cria um cenário favorável para produtores de aves e suínos. A produção nacional deve garantir abastecimento tanto para a cadeia de proteína animal quanto para as usinas de etanol. A oferta é determinante, e a safra brasileira continua muito forte.
O avanço do etanol de milho não deve pressionar o mercado. Isso porque a produção de DDG, coproduto do etanol usado na alimentação animal, também subiu, ampliando a substituição do milho nos confinamentos. Cada vez que cresce o uso de DDG, sobra mais milho. As empresas do setor já se adaptaram a trabalhar para reduzir o impacto de eventuais repiques de preço. Além disso, a exportação brasileira de milho deve recuar, abrindo espaço para o consumo interno conforme a dinâmica de preços. É uma realidade nova para o Brasil. o País tem milho, capacidade produtiva e mecanismos de substituição. As perspectivas para 2026 são positivas para os custos. O setor de proteína animal entra no próximo ano com maior previsibilidade e menor risco de choque de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.