04/Dec/2025
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a exportação total de carne suína in natura e processada em 2026 deve alcançar até 1,550 milhão de toneladas, volume 4,0% maior ao estimado para 2025, de 1,490 milhões de toneladas. A perspectiva é de que a produção brasileira em 2025 fique em 5,56 milhões de toneladas, crescimento até 4,6% ante 2024, quando foi de 5,305 milhões de toneladas. Com relação ao consumo per capita brasileiro, o índice deverá alcançar até 19,0 Kg por habitante em 2025, número até 2,3% maior em relação ao consumo registrado em 2024. Para 2026, a perspectiva é de que a produção de carne suína fique em até 5,7 milhões de toneladas, volume até 2,7% maior em relação a 2025.
O consumo doméstico tende a crescer até 2,5% ante 2025 para até 19,5 Kg. O Brasil está muito próximo de se tornar o terceiro maior exportador mundial de carne suína em 2025, superando o Canadá pela primeira vez na história. Mesmo sem o resultado fechado de novembro, o quadro já permite projetar um avanço do País no mercado global. A previsão é de que o País encerre 2025 com 1,49 milhão de toneladas embarcadas, enquanto o Canadá deve fechar perto de 1,3 milhão de toneladas, abaixo do que se projetava no início do ano. Dados até agora mostram que o Canadá não deve passar de 1,35 milhão de toneladas em 2025. E o Brasil tem perspectiva sólida de chegar a 1,49 milhão de toneladas.
O crescimento ocorre em um cenário global marcado por desafios sanitários entre concorrentes diretos, líderes do ranking. A União Europeia enfrenta novos focos de peste suína africana (PSA). Os Estados Unidos registram queda de 13,5% nas exportações entre janeiro e julho, influenciados pela forte demanda interna por proteína em meio à menor oferta de carne bovina. As Filipinas devem seguir como os maiores compradores da carne suína brasileira nos próximos anos, mantendo um volume elevado de importações diante da dificuldade do país asiático em recompor sua produção interna. A produção filipina, que antes variava entre 1,5 milhão de toneladas e 1,6 milhão de toneladas, hoje opera perto de 1 milhão de toneladas, em virtude dos recorrentes casos de peste suína africana (PSA).
O país asiático registrou mais de 130 casos ao longo do ano, o que tem impacto direto na oferta local. As Filipinas já importaram 689 mil toneladas até outubro, 20% acima do ano passado e já ultrapassou em mais de 60 mil toneladas a previsão feita para o ano inteiro. O Brasil tem se beneficiado desse cenário e ampliou sua presença no mercado filipino. Hoje, tem 42% do market share das Filipinas. E tudo indica que esse país seguirá como principal importador do Brasil por pelo menos mais um ou dois anos.
O ambiente também é favorável ao Brasil porque outros fornecedores tradicionais enfrentam entraves sanitários, a exemplo de países da Europa e da Ásia que lidam com surtos intermitentes da PSA. Enquanto os concorrentes têm dificuldade de enfrentamento da peste suína africana, o Brasil segue livre da doença e com uma produção crescente e segura. Com a combinação entre oferta interna limitada nas Filipinas e demanda firme, a ABPA projeta que o país asiático continuará responsável por uma fatia decisiva do crescimento brasileiro em 2026. Há uma tendência de manutenção de importações elevadas. É um mercado estratégico e que continuará puxando o desempenho das nossas exportações de carne suína. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.