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28/Nov/2025

Boi: projeção indica preços mais firmes em 2026

Segundo o Itaú BBA, o Brasil deve entrar em 2026 com cotações mais firmes para o boi gordo, apoiado na oferta menor e ambiente global restrito, enquanto a China sinaliza cautela nas compras após um ano de forte expansão e os Estados Unidos não devem registrar queda no preço da carne ao consumidor. A abertura do mercado norte-americano não altera o quadro estrutural, e o fluxo para a China continuará determinante para o desempenho das exportações brasileiras. Apesar do fim das tarifas, o volume enviado pelo Brasil aos Estados Unidos segue limitado e concentrado em carnes magras para moagem, usadas sobretudo na produção de hambúrguer.

Os Estados Unidos importam cerca de 1 milhão de toneladas de carne bovina por ano, mas o Brasil responde por apenas uma fração desse total. O ciclo dos Estados Unidos ainda está muito apertado, no sentido de baixíssima oferta. A projeção é de uma nova queda da produção norte-americana em 2026, então os norte-americanos precisarão importar mais do que este ano. É improvável uma expansão relevante da presença brasileira no mercado norte-americano porque o lobby dos produtores locais historicamente restringe a entrada da carne nacional. No mercado global, o ambiente seguirá apertado em 2026.

Estados Unidos, Austrália e Argentina devem reduzir novamente a oferta de gado para abate, mantendo sustentação aos preços internacionais. Nesse cenário, mesmo com produção doméstica recuando, o Brasil permanece como o fornecedor mais bem posicionado para atender a demanda externa. Se a China comprar menos do Brasil, vai ser difícil encontrar outro lugar com preço melhor e até disponibilidade. O Itaú BBA projeta queda gradual na quantidade de abates no Brasil no próximo ano e exportações em leve alta, perto de 2%, após expansão muito forte em 2025. O primeiro trimestre, porém, ainda terá oferta elevada por causa do descarte sazonal de fêmeas.

Haverá muita oferta no começo do ano ainda, não mais de bovinos de confinamento como foi nesses últimos três meses, mas do ciclo de descarte normal de fêmeas, que deve ser menor que o ano passado, mas sazonalmente é maior. A China continuará definindo o ritmo das exportações brasileiras, mesmo com a reabertura norte-americana. O banco monitora o movimento de “salvaguarda” anunciado pelas autoridades chinesas, que pode limitar temporariamente as compras após um ano de importações excepcionalmente fortes. A China está prometendo dificultar um pouco o avanço. Parece difícil a China dobrar a aposta e no ano que vem crescer mais 15% em cima desse ano.

Porém, a demanda chinesa segue estruturalmente elevada porque o país não consegue abastecer sozinho o mercado interno, mesmo depois de recuperar a oferta de suínos. A menos que queiram deixar o consumo doméstico cair, o volume vai continuar sendo muito bom da exportação para China. Para 2026, a projeção é de crescimento de 2% nas exportações brasileiras, o que representa normalização após a expansão excepcional deste ano. A combinação entre menor oferta doméstica, fluxo externo consistente e restrição global de carnes indica preços mais altos para o boi gordo no Brasil em 2026, ainda que sem movimentos abruptos. Os preços do boi devem ser maiores no ano que vem. O ciclo caminha para isso, com redução da oferta e exportação boa, mas com queda gradual do abate. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.