28/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, a pecuária de corte brasileira deve encerrar 2025 renovando recordes de abates e exportações, mesmo diante da virada nos preços do bezerro e da consequente queda na margem da cria observada desde o ano passado. Para 2026, porém, a projeção é de mudança no ciclo: o percentual de fêmeas sobre o total abatido deve cair, e o volume de gado terminado tende a ser menor que o de 2025, o que pode provocar alta dos preços do boi gordo.
A evolução tecnológica da pecuária tem permitido a extensão da fase de maior oferta de fêmeas, movimento que inicialmente seria interrompido em 2025. O baixo custo relativo da ração em relação ao preço do boi gordo e a boa rentabilidade dos confinamentos levaram muitos pecuaristas a optarem por terminar as fêmeas, em vez de retê-las para reprodução. Esse avanço na oferta foi absorvido pelo mercado externo, que ajudou a sustentar os preços internos.
Ainda assim, o os preços do boi gordo em 2025 permaneceram defasados em relação aos do bezerro, deteriorando a relação de troca para o terminador. Caso o cenário projetado para 2026 se confirme, com redução efetiva na oferta, a menor disponibilidade de carne deve fortalecer o movimento de alta nos preços do boi gordo. No lado da cria, a previsão é de continuidade da valorização. Após anos de descarte elevado de fêmeas, a queda nos nascimentos deve manter a oferta de bezerros limitada, dando sustentação aos preços dessa categoria.
O boi gordo dependerá não apenas da redução nos abates, mas também da manutenção do apetite internacional pela carne brasileira. O ambiente global continuará favorável ao fluxo de exportações do Brasil. A oferta de gado para abate deve permanecer restrita nos principais concorrentes, como Estados Unidos, que enfrentam déficit crescente, além de Austrália e Argentina, mantendo a carne em trajetória de preços internacionais firmes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.