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27/Nov/2025

Lácteos: projeto de Queijos Finos do Biopark - PR

O projeto de Queijos Finos do Biopark, em Toledo (PR), tornou-se uma referência nacional e internacional na produção de queijos artesanais de alto valor agregado. A iniciativa combina tecnologia, capacitação e inovação para apoiar pequenos produtores da região oeste do Paraná, gerando impactos econômicos e sociais consistentes. O Paraná é o segundo maior produtor de leite do País, com mais de 12 milhões de litros por dia. Com a matéria-prima abundante na região, os pesquisadores passaram a envolver pequenos e médios produtores interessados em transformar o leite em produtos de maior valor agregado, fomentando a produção de queijos finos. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), mais de 41% da produção diária de leite no Estado, cerca de 5 milhões de litros, é destinada à fabricação de queijos. A maioria dos produtores da região oeste do Paraná possui entre 30 e 50 vacas leiteiras, cenário que motivou o surgimento do projeto Queijos Finos do Biopark em 2019.

O Biopark oferece suporte técnico, análises laboratoriais, transferência de tecnologia e auxílio na adequação das queijarias, incluindo certificações como o Selo de Excelência Biopark, SIM/POA, SUSAF e SISBI, com foco no aumento da renda dos pequenos e médios produtores de leite. O Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Queijos Finos (PDI) do Biopark explica que o projeto é gratuito para os produtores, que também ficam com todo lucro da comercialização. O custo que o produtor pode ter é relacionado à necessidade de alteração ou construção do local onde o queijo será produzido. A assessoria contempla desde a avaliação da qualidade do leite até o desenvolvimento da embalagem e as estratégias de comercialização, em parceria com Sebrae e Sistema FAEP/SENAR. Após a análise do leite na propriedade, são indicadas três ou quatro tecnologias de fabricação adequadas ao perfil de cada produtor, que escolhe a que melhor se ajusta à sua realidade.

Para o futuro, a ideia é ampliar ainda mais a diversidade de queijos da região. O projeto de Queijos Finos do Biopark é considerado um dos grandes exemplos de inovação em agronegócio, transformando uma tradição regional em excelência reconhecida internacionalmente, com forte apoio institucional e potencial de expansão sustentável. As parcerias entre Biopark, Biopark Educação, IDR-PR, Sebrae/PR, Sistema FAEP/SENAR e Prefeitura de Toledo consolidam a expansão do projeto em todo o Estado. Para selecionar os produtores, a equipe do Projeto de Queijos Finos realiza uma avaliação inicial de requisitos mínimos, sendo o principal deles o compromisso de o produtor atender às exigências técnicas e regulatórias necessárias para a fabricação de queijos finos. Conforme o estágio de desenvolvimento de cada produtor, é elaborado um plano de ação individualizado, direcionado ao alcance do objetivo central: a produção de queijos finos com qualidade e conformidade normativa.

O diagnóstico da propriedade que a equipe do projeto de queijos finos faz, norteará esse plano de ação. Queijos desenvolvidos no Biopark vêm conquistando reconhecimento internacional, como o Passionata, eleito o melhor da América Latina e um dos nove melhores do mundo no World Cheese Awards 2024, em Portugal. A competição avaliou 4.786 queijos de 47 países. Esta foi a primeira vez que um queijo brasileiro alcançou esse patamar em nível internacional. Outras especialidades também acumulam medalhas em competições nacionais e internacionais. Em apenas cinco anos, já são 26 queijos registrados para comercialização e 72 medalhas conquistadas, consolidando o Biopark como polo inovador na alta queijaria. A iniciativa fortaleceu a identidade local, ampliou a renda familiar e permitiu a diversificação de agroindústrias, especialmente entre produtores da agricultura familiar. Em 2025, o Governo do Paraná anunciou a ampliação do projeto, criando novas turmas de capacitação e replicando o modelo já validado no Biopark, que atende hoje o oeste do Paraná, para mais municípios.

O Biopark testa processos individualizados para que cada produtor adapte a tecnologia às características do próprio leite. Novos tipos continuam sendo desenvolvidos, como o Abaporu, que levou a medalha de ouro no Mondial du Fromage 2025, na França, e a prata no World Cheese Awards 2025, realizado na Suíça. O Garoa Tropical, por sua vez, levou o bronze no WCA. Um dos queijos do projeto já conquistou a certificação SISBI, que permite a comercialização nacional. O próximo passo é buscar o Serviço de Inspeção Federal (SIF), etapa necessária para iniciar exportações. Kennidy de Bortoli, mestre queijeiro e pesquisador do Biopark, venceu com a equipe o concurso de Melhor Queijeiro do Brasil 2024 e desenvolveu o Passionata. Mais do que uma premiação, o reconhecimento internacional confirma o propósito do Biopark: transformar o oeste do Paraná em um polo de excelência e criatividade, dentro e fora do País. Principais resultados:

- 26 tipos de queijos finos sendo comercializados;

- 27 produtores integrados ao projeto;

- 72 medalhas conquistadas em concursos no Brasil e no exterior;

- Premiações inéditas, como o queijo Passionata entre os 10 melhores do mundo no World Cheese Awards 2024.

Fonte: Diário Indústria & Comércio. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.