26/Nov/2025
Segundo o Rabobank, o forte crescimento da produção tem reduzido os preços globais dos lácteos, mas a moderada expansão prevista para 2026 tende a aliviar parte dessa pressão. A produção de leite nas principais regiões exportadoras segue crescendo de forma acelerada, superando as expectativas anteriores do RaboResearch. Nos Estados Unidos, a produção avançou 4,2% em julho, o maior crescimento desde 2021, e manteve ritmo elevado em agosto, com aumento anual de 3,2%. Na Nova Zelândia, o início da temporada também foi recorde, culminando em outubro, tradicionalmente o mês de maior oferta. A expectativa é de que esse avanço continue até 2026, ainda que em ritmo mais moderado. Entre as sete principais regiões exportadoras, projeta-se que a oferta de leite cresça 1,8% na comparação anual no segundo semestre de 2025, desacelerando para 1,1% em 2026. Os elevados preços pagos ao produtor nos Estados Unidos, na União Europeia e na Oceania durante o primeiro semestre de 2025 foram determinantes para o aumento da produção.
A melhora nas margens das fazendas, a recuperação após os surtos de doenças registrados em 2024 e a ausência de eventos climáticos adversos continuam estimulando o crescimento da oferta. Além disso, espera-se que os preços dos concentrados permaneçam favoráveis até 2026, sustentados pela ampla disponibilidade de grãos. No campo da demanda, os mercados globais de lácteos seguem enfrentando dificuldades, especialmente entre consumidores de baixa e média renda. A fraqueza persistente da demanda é visível em diversos canais de alimentação, e a recuperação dependerá do aumento da confiança do consumidor. A China ainda enfrenta retração no consumo, e os sinais de retomada no Sudeste Asiático são inconsistentes. Nos Estados Unidos, incertezas sobre o mercado de trabalho e o impacto das tarifas continuam pressionando o sentimento do consumidor. O crescente excedente exportável já pressiona os preços em algumas das principais regiões produtoras.
Nos Estados Unidos, as fortes quedas nos preços do queijo e da manteiga no terceiro trimestre de 2025 devem resultar em recuos no preço do leite ao produtor no quarto trimestre de 2025 e no primeiro semestre de 2026. Na Europa, a fraqueza nos preços também se confirma, enquanto diversos produtos neozelandeses apresentaram reduções no Global Dairy Trade durante o terceiro trimestre de 2025. Ainda assim, mantém-se a expectativa de que os preços do leite na Nova Zelândia superem as dificuldades ao longo da temporada. O cenário base indica preços mais baixos até 2026, impulsionados pela maior disponibilidade de leite exportável. De forma geral, a esperada desaceleração no crescimento da produção até 2026 deve contribuir para reduzir a pressão sobre os preços, conforme o mercado busca restabelecer o equilíbrio entre oferta e demanda. Entretanto, a continuidade de uma oferta abundante combinada com uma demanda mais fraca do que o previsto pode acentuar as quedas de preços, como ilustrado no cenário pessimista. Fonte: Observatorio de la Cadena Láctea Argentina (OCLA). Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.