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24/Nov/2025

Boi: bezerro pode seguir em alta até virada 26/27

A valorização e a desvalorização do bezerro ao longo do tempo acabam demarcando o que pode ser entendido como ciclo da pecuária. Atualmente, os preços do bezerro têm estado em alta e suscitam o questionamento sobre até quando podem seguir nesta tendência. A série mensal do Indicador do Bezerro CEPEA/ESALQ, referente a Mato Grosso do Sul, de 2000 até outubro de 2025 (deflacionada IGP-DI outubro/2025), mostra que os períodos de alta no preço do bezerro (preço sai de um ponto mínimo, “fundo do poço”, até o máximo/pico) duram no mínimo 30 meses e no máximo 32 meses. O último período de aumento, registrado entre setembro de 2018 (menor preço) e abril de 2021 (maior preço), durou 32 meses, e o Indicador se valorizou 90% (em termos reais). O período anterior havia se estendido por 30 meses, com aumento real de 80%, e o que o antecedeu, 31 meses, com reajustes de 86,5%. As atuais valorizações do bezerro em Mato Grosso do Sul têm ocorrido desde julho de 2024.

Nesses 17 meses (incluindo a parcial de novembro), o Indicador do bezerro teve aumento real de 42%. Em termos absolutos, a valorização acumulada nesse período já é de R$ 880,00/cabeça. A se tomar por base o histórico, a tendência seria, então, de continuidade das altas por mais 13 ou 15 meses (o que totalizaria de 30 a 32 meses de alta), com o acumulado do aumento no preço podendo ficar entre 80 e 90% (base histórica). Portanto, neste exercício teórico de mera consideração de que o passado se repita, o bezerro poderia se manter em tendência de alta até o final de 2026, aproximadamente, e com os preços podendo chegar ao redor de R$ 3.870,00, o que representaria alta de 85% sobre a média de julho/2024 (último “fundo do poço”). A pecuária nacional, no entanto, tem evoluído em ritmo acelerado, e os investimentos em genética, alimentação e manejo estão elevando as taxas de ganho de produtividade. Como consequência, a duração e a intensidade dos períodos de altas e de quedas tendem a se alterar.

Vale destacar que os períodos de desvalorização do bezerro são, no histórico dos últimos 25 anos, mais longos que os de alta. De um ponto máximo (pico) até o “fundo do poço”, transcorreram no mínimo 40 meses e no máximo 54 meses. O último período de queda, que foi de abril/2021 (máximo) e julho/2024 (menor preço), foi o mais curto, com apenas 40 meses, refletindo, neste caso, os avanços da produção, forte aumento no uso de tecnologia em genética, manejo e alimentação. Em termos de variação do preço, do ponto de maior valorização ao fundo do vale, ao longo dos últimos 25 anos, a distância entre os valores variou de 25% a 42%. Este maior percentual (42%) foi verificado justamente no período de queda mais recente (abril/2021 a julho/2024). Esses dados mostram, portanto, que os períodos de alta são mais curtos e “uniformes” que os de queda, as recuperações nos três últimos ciclos variaram entre 80 e 90%, ao passo que as quedas oscilaram de 25 a 42%. Nesta semana, as negociações ocorrem a preços estáveis, praticamente sem altas ou quedas em relação à semana passada, e com boa liquidez.

A oferta tem certo aumento em algumas regiões, o que permite alongamento das escalas, entre 7 e 17 dias em várias regiões. Na parcial deste mês, em Sorriso (MT), Rondonópolis (MT), Rio Grande do Sul, Tocantins, Colíder (MT), Bauru (SP) e São José do Rio Preto (SP), a variação foi de apenas 1%. No Noroeste do Paraná, Triângulo Mineiro (MG), Norte de Minas Gerais e Oeste da Bahia, as altas foram um pouco maiores, entre 2 e 3%. No Norte de Goiás, Rio Verde (GO) e Goiânia (GO), os preços avançaram cerca de 4%. Por outro lado, quedas de 2% foram observadas em Mato Grosso do Sul e em Rondônia. No estado de São Paulo, os negócios têm ocorrido principalmente entre R$ 320,00 e R$ 325,00. O preço médio do boi gordo em São Paulo está cotado a R$ 321,25 por arroba, alta de apenas 0,75% no acumulado da parcial de novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.