24/Nov/2025
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), mesmo com a redução de 10% na tarifa sobre a importação de carne bovina brasileira, ainda não é possível saber se haverá aumento dos embarques para os Estados Unidos. Pode haver aumento no volume exportado, mas as cotações do produto no mercado interno podem ter mais impacto nesse movimento. Essa redução de 10% pode ter um incremento adicional na tonelagem (embarcada), mas é preciso acompanhar, porque depende do preço do boi gordo no mercado interno. Se continuar a competitividade, pode ser que tenha um incremento. Se perder a competitividade, por conta de preços internos, o Brasil não conseguirá exportar mais. Ainda não é possível mensurar o impacto que a queda dos 10% das tarifas norte-americanas terá nos embarques. Após o tarifaço, o Brasil continuou exportando aos Estados Unidos cerca de 10 mil toneladas mensais em média.
O que se espera agora é um aumento, mas ainda não é possível “mensurar” de quanto será. Quanto ao preço do mercado interno atualmente, as margens dos frigoríficos estão reduzidas. Hoje, o preço interno, o preço do boi está muito pressionado, em termos de que está caro para a indústria. Com a tarifa, não é possível ter essa margem para exportar aos Estados Unidos. É preciso diminuir a tarifa para que o Brasil tenha margem para exportar. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também não vê perspectiva para um incremento nas exportações de carne bovina aos Estados Unidos, ao menos no curtíssimo prazo. Não deve ter um grande impacto porque o mercado doméstico está valorizado, então, também precifica mais essa carne no mercado internacional. Os Estados Unidos até aumentaram um pouco mais as compras em outubro em relação a setembro e vêm pagando um pouco menos.
Então, é preciso observar se haverá um equilíbrio entre o preço pago, seja pelo consumidor brasileiro, o preço pago pelo mercado internacional, no caso, os Estados Unidos e, obviamente, a oferta interna. Há ainda outras questões que acabam pesando no faturamento das empresas frigoríficas. A oferta, tradicionalmente, no final do ano é um pouco mais restrita somada a um preço maior pago pelo brasileiro e, com o câmbio a R$ 5,30, R$ 5,35, eleva, obviamente, o preço internacional e, com isso, a necessidade de rearranjo do mercado como um todo, seja diminuir compras, ou seja, pagar menos. Então, no curto prazo, o abate não deve subir muito. Isso vai demorar um pouco. Ainda é preciso observar, nos próximos dias, o comportamento do mercado para entender como será a dinâmica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.