19/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, rumores sobre possíveis medidas protecionistas da China trouxeram uma nuvem de incerteza ao mercado brasileiro de carne bovina, mas o cenário de curto prazo continua favorável. Apesar do susto com a China, o cenário imediato para a pecuária segue com perspectivas de recuperação. Não há nada concreto até o momento em relação às barreiras chinesas, e a perspectiva é de alta no curto prazo, sustentada pela sazonalidade da demanda doméstica. A menos que os abates sigam em expansão acima de 10% em novembro e dezembro, deve-se ver um ajuste para menor na disponibilidade interna, o que deve ajudar na alta do preço da carne nos próximos 30 dias. Os boatos, que surgiram no início de novembro, sugerem que a China poderia adotar barreiras para conter a entrada da carne brasileira, dando continuidade a um processo iniciado em 2024 por excesso de oferta doméstica.
A decisão, originalmente prevista para agosto de 2025, foi adiada para novembro do próximo ano, o que aumentou a incerteza. Considerando o ritmo intenso de produção nacional, uma eventual redução nos embarques pode afetar fortemente os preços do boi gordo. Nas últimas duas semanas, os contratos futuros de boi gordo perderam entre R$ 10,00 e R$ 13,00 por arroba diante desses rumores. O mercado vem operando em níveis elevados. Os abates bovinos cresceram 7% no terceiro trimestre de 2025, com setembro registrando um aumento de 13% ante igual mês de 2024. Os números preliminares para outubro sugerem um salto de 15%. Impulsionadas por boas margens dos confinamentos, as atividades de engorda intensiva atraíram um volume expressivo de gado. Do lado das exportações, o desempenho foi "espetacular” em setembro e outubro, com dois recordes seguidos, de 315 mil e 320 mil toneladas in natura embarcadas.
No entanto, mesmo com as vendas externas fortes, o alto volume de abates levou a um aumento da disponibilidade interna de carne acima do normal, limitando uma valorização mais acentuada do boi gordo no período. Para 2026, a visão é otimista para a pecuária brasileira. A expectativa é de redução na oferta de gado terminado, custos de produção mais competitivos, demanda externa consistente e menor produção e exportações em países concorrentes, principalmente nos Estados Unidos. O ponto de atenção fica por conta do custo de reposição. O preço do bezerro subiu bastante em Mato Grosso do Sul (15,4% mais valorizado em um ano), enquanto o boi gordo em São Paulo recuou 4,8% no mesmo período. Essa dinâmica exige preços bem ajustados para garantir rentabilidade na terminação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.