19/Nov/2025

Segundo o Itaú BBA, a suinocultura brasileira encerra 2025 com um cenário amplamente favorável, sustentado por custos sob controle, demanda firme e exportações em ritmo histórico. No curto prazo, o período festivo deve reforçar o consumo interno e manter os preços do suíno vivo em níveis sólidos, ainda que abaixo do pico de R$ 10,00 por Kg registrado no início de dezembro de 2024. As margens devem permanecer positivas, já que os custos continuam bem inferiores. O aumento da produção segue refletindo o bom momento do setor. Dados do IBGE mostram que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores, enquanto o peso médio das carcaças impulsionou a produção total de carne suína em 8,1%.

A combinação entre abates maiores e carcaças mais pesadas evidencia as boas margens capturadas pelo setor. As exportações continuam exercendo papel crucial na absorção da oferta adicional. Em outubro, os embarques de carne suína in natura somaram 125,7 mil toneladas, o segundo maior volume da história, 8% acima do registrado no igual mês de 2024. Como resultado, o avanço acumulado de janeiro a outubro atingiu 13,5%. Embora o preço médio em dólares tenha recuado 1,2%, o impacto foi limitado: o spread de exportação segue próximo de 43%, graças à desvalorização cambial, acima da média histórica de uma década, de 40%. Mesmo com o forte desempenho externo, a oferta doméstica também aumentou, acompanhando a expansão da produção. Ainda assim, o mercado interno tem absorvido bem a disponibilidade maior, mantendo os preços firmes.

Em outubro, o suíno vivo registrou leve queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais, mas o spread da suinocultura ainda se mantém em patamar sólido. Para 2026, o setor deve seguir em trajetória construtiva. As expectativas para a safra de grãos de 2025/2026 indicam estabilidade nos custos de ração, enquanto o ritmo de produção deve continuar acelerando, sustentado pelas margens positivas. O desafio, entretanto, será equilibrar a expansão da oferta com o crescimento da demanda, especialmente a externa, que, até agora, tem surpreendido positivamente. Ciclos de margens elevadas tendem a estimular novos aumentos de produção, o que exige cautela. Embora o cenário geral permaneça favorável, é prudente estar preparado para eventuais mudanças abruptas de direção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.