19/Nov/2025
Reduzir o metano pode ser uma das respostas mais rápidas e eficazes para desacelerar as mudanças climáticas, e a agropecuária brasileira tem um papel estratégico nesse esforço global. Essa foi a mensagem levada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ao painel 'Metano: Freio de Emergência Climática - Do Campo ao Clima: A Agropecuária na Rota da Redução do Metano', realizado na segunda-feira (17/11), no Museu das Amazônias, Complexo Porto Futuro II, em Belém, durante a COP 30. O debate foi organizado pelo Global Methane Hub e pelo Instituto Uma Gota no Oceano, reunindo especialistas e organizações da sociedade civil interessadas em acelerar a mitigação do metano, um dos gases de efeito estufa de maior impacto no aquecimento global no curto prazo.
A transição para sistemas de produção mais sustentáveis depende de assistência técnica e inovação tecnológica no campo. Foram destacados os desafios com a demanda por assistência técnica para universalizar o conhecimento relacionado às práticas de agricultura de baixa emissão de carbono. Sobre tecnologias de mitigação, a adoção da biodigestão ainda avança de forma lenta nas propriedades rurais, o que exige estímulos e novas soluções financeiras. Nem todo produtor rural estaria disposto a investir em biodigestores, porque ainda há carência de agentes econômicos que preencham lacunas tecnológicas dentro das propriedades. A cooperação internacional é um canal essencial para ampliar a inovação no setor. Sobre esse tema, houve o lançamento, na própria COP30, de um guia com diretrizes para redução de metano por meio do manejo de resíduos da produção animal.
A cooperação internacional com a Coalizão para o Clima e Ar Limpo (CCAC), por exemplo, permitirá que outros países possam aprimorar suas estratégias de redução de metano com base na experiência brasileira. Um exemplo concreto de política pública que aproximou produtores de soluções climáticas, mostrando que o acesso à informação pode destravar investimentos, foi um projeto em que se aumentou a adesão à linha de crédito RenovAgro para instalação de biodigestores pelo simples fato de levar conhecimento aos tomadores de decisão, que são os próprios produtores rurais. O Imaflora e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) apresentaram análises sobre caminhos de governança, ciência e produção sustentável para reduzir emissões no setor agropecuário.
O diálogo reforçou que, como o metano permanece na atmosfera por um período mais curto que o dióxido de carbono, cortes rápidos na sua emissão podem gerar resultados climáticos positivos em menor tempo, beneficiando a transição global para sistemas alimentares resilientes. A iniciativa integra o ciclo de encontros promovidos pelo Global Methane Hub e pelo Instituto Uma Gota no Oceano sobre soluções para superpoluentes climáticos. Para o governo brasileiro, a agenda de redução do metano se articula com ações de fomento à agropecuária sustentável, apoio tecnológico ao tratamento de dejetos animais, crédito de baixa emissão e ampliação da cooperação internacional em pesquisa e inovação. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.