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18/Nov/2025

Boi: Brasil se beneficia de alívio parcial do tarifaço

Segundo o Itaú BBA, o alívio parcial das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas deve abrir espaço para uma melhora gradual no ambiente de exportações da carne bovina brasileira, ainda que as incertezas persistam devido à manutenção de tarifas de até 40% sobre os embarques. O saldo da medida é favorável ao Brasil, tanto pela possibilidade de retomada gradual de embarques aos Estados Unidos quanto pela valorização dos preços internacionais e pela demanda firme de mercados alternativos. Embora a retirada total das tarifas continue incerta, a leitura geral é de que a notícia "deve ser positiva para os frigoríficos brasileiros”, dado o posicionamento estratégico do País no comércio global de carne bovina.

Embora a flexibilização já fosse esperada após movimentações recentes no governo norte-americano, o ritmo para uma normalização completa ainda depende da remoção total das sobretaxas, o que pode demorar diante da concorrência de países com condições tarifárias mais favoráveis. Mesmo com parte das restrições mantidas, a decisão reforça um sinal de urgência dos Estados Unidos em recompor sua oferta de carne bovina. No período mais crítico, o país vinha enfrentando um aperto na disponibilidade de gado, impulsionando custos e preços internos.

Frigoríficos brasileiros podem capturar demanda adicional tanto por meio da triangulação, com vendas a países que exportam ao mercado norte-americano, quanto por exportações diretas aos Estados Unidos, ainda que estas continuem limitadas pelos tributos remanescentes. Os preços pagos pelos norte-americanos ficaram, em 2024, cerca de 9% acima da média consolidada das exportações brasileiras, impulsionados por um prêmio de aproximadamente 10% sobre valores praticados para a China. Mesmo após a queda dos embarques diretos aos Estados Unidos, o setor mostrou resiliência e capacidade de redirecionar volumes.

Exportações para o mercado norte-americano, que representaram 18% do total até abril, recuaram para cerca de 3% após a imposição das tarifas, mas foram compensadas pelo avanço para a China. Entre as companhias cobertas, JBS e MBRF possuem plataformas diversificadas, com operações na Austrália e em outros países da América Latina, o que reduz a pressão sobre seus negócios nos Estados Unidos. Para a Minerva, cuja exposição ao mercado norte-americano é menor, o movimento tende a ser diretamente positivo nas divisões da América do Sul e da Austrália, que podem ampliar embarques diante do relaxamento tarifário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.