18/Nov/2025

O Brasil exportou 847,4 mil bovinos vivos de janeiro a outubro. Em outubro, foram embarcadas 60,6 mil cabeças, queda de 54,8% em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2024, a queda foi de 45,0%. O faturamento, por sua vez, acompanhou a retração dos embarques. Em outubro, o faturamento com a exportação de bovinos foi de US$ 66,8 milhões, queda de 53% frente a setembro e de 29,8% em comparação com outubro de 2024. Em outubro, a Turquia foi o principal destino das exportações de gado, respondendo por 49,7% das compras. Na sequência apareceram a Arábia Saudita (11,9%), Marrocos (11,4%), Iraque (7,9%), Angola (5,7%), Líbano (5,2%), Argélia e Egito (3,9% cada), Guiana (0,3%), Bolívia (0,2%) e Paraguai (0,01%).

Entre os exportadores, o Pará é o principal, respondendo por 38,1% das vendas em outubro. Na sequência aparecem o Rio Grande do Sul (16,6%), São Paulo (9,6%), Roraima (0,3%), Minas Gerais (0,1%) e Mato Grosso do Sul (0,01%). Cerca de 35,2% dos embarques não tiveram a origem declarada. Em relação ao peso médio e ao preço dos bovinos exportados, o padrão de peso varia com o comprador e, deste modo, o preço também. O Paraguai pagou o maior preço por quilo, atingindo R$ 523,32/Kg. Isso se deve à importação de reprodutores, de raça pura, cuja cotação é elevada. No que diz respeito ao peso, o destaque vai para os embarques de Mato Grosso do Sul, com 669,7 Kg por cabeça, em média. São Paulo, com embarques destinados à Argélia, não ficou muito atrás, registrando 660,6 Kg em média por cabeça.

Os bovinos mais leves foram embarcados no Rio Grande do Sul, com destino à Turquia e ao Iraque, com 287,9 Kg por cabeça em média. Os números confirmam que o Brasil tem capacidade para atender a diferentes perfis de demanda. Qual o preço do quilo exportado em comparação com o mercado interno? Considerando os preços de referência levantados pela Scot Consultoria para os bovinos de reposição: boi magro (375 Kg), garrote (300 Kg) e bezerro de ano (240 Kg), comparamos os preços por quilo do bovino embarcados. Os preços pagos no mercado interno são menores do que os pagos para o mercado externo. O que permite uma rentabilidade melhor para os produtores que atendem o mercado externo, complementando a atividade.

Um exemplo seria a demanda de boi magro para um ano de produção brasileira: em 2024 foram abatidos 39,1 milhões de bovinos, com, aproximadamente, 22,3 milhões de machos. Dessa forma, seriam necessários, no ano, 22,3 milhões de bois magros para engorda/terminação. A exportação foi responsável por 1 milhão de cabeças, ou 4,5% dessa demanda. E o que se espera para os últimos dois meses do ano? De janeiro a outubro, o Brasil exportou 847,4 mil cabeças. Para que o volume embarcado neste ano seja igual ao de 2024, cujo desempenho foi de 1 milhão de cabeças, será necessário exportar 152,5 mil bovinos novembro e dezembro, volume observado apenas em 2024, recorde de exportações. Dessa forma, considerando o histórico dos embarques, o volume tende a se aproximar do registrado no último ano, embora seja pouco provável que o supere. Fonte: Alcides Torres. Broadcast Agro.