04/Nov/2019

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) fez um balanço positivo da visita presidencial à Ásia e ao Oriente Médio. Ocorreram avanços até mesmo em questões técnicas, como reconhecimento da assinatura e certificação digital. Na semana passada, a China fez uma inspeção por transmissão em vídeo em duas plantas no Brasil, uma de suínos e outra de frangos, selecionadas por amostragem. A inspeção por vídeo é uma evolução do processo, que demonstra o estreitamento da parceria entre Brasil e China. Há uma boa expectativa de que o país asiático crie um ritmo de habilitações de acordo com a necessidade. O governo chinês também avalia questionários respondidos pelas empresas sobre a produção. A China fez uma visita em plantas por amostragem e, analisando os questionários, decide se habilita ou não. Os preços de frango na China já subiram com a peste suína africana (PSA), e o país pode começar a demandar mais volumes de proteínas do exterior.

Quanto à Arábia Saudita, ainda não há avanço concreto, mas a expectativa é de avanços na liberação de cinco plantas de frango do Brasil que estão com restrições à exportação para o país e que a unidade da BRF nos Emirados Árabes volte a exportar para a Arábia Saudita. Na Arábia Saudita, a percepção é de que também ocorreram avanços no que tange à negociação de reabertura da exportação de quatro plantas brasileiras que foram desabilitadas para vender ao país no começo do ano após restrições impostas pelo governo saudita e uma que perdeu a habilitação recentemente por problemas documentais. Quatro delas já anunciaram um plano de ação para concretizar as adaptações solicitadas pelo governo saudita. Ainda há alguns problemas pendentes de plantas e de análises de listas. O Brasil não tem problema de Halal (abate de animais de acordo com preceitos islâmicos), pois sempre seguiu as regras e faz o melhor Halal do mundo.

Assim, a expectativa é de liberação destas plantas. Mas, não há nenhuma previsão de missão ainda. No caso da restrição à exportação da BRF para a Arábia Saudita pelos Emirados Árabes, a expectativa também é que a visita do presidente Jair Bolsonaro e o anúncio do investimento local contribuam para a retomada dos embarques. Nos últimos 20 anos, o Brasil vendeu 376 mil contêineres de carne, ou 9,4 milhões de toneladas de carne de frango para a Arábia Saudita. Nos Emirados Árabes, não havia nenhum problema para resolver no caso do frango, e a visita foi avaliada como positiva. A visita de Bolsonaro foi importante para resolver o mal-estar provocado pela sinalização de troca da embaixada de Israel de Tel-Aviv para Jerusalém. O governo brasileiro já havia indicado que abrirá apenas um escritório de negócios em Jerusalém, sem finalidade diplomática. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.