13/Nov/2025
A exportação brasileira de carne bovina atingiu novo recorde em outubro, superando o que acabara de ser batido em setembro. O volume embarcado nos 10 primeiros meses de 2025 já representa 96% do total enviado ao exterior ao longo de 2024, indicando que este será, com folga, o melhor ano da história em termos de volume e receita cambial. Além da carne, bovinos vivos também estão sendo exportados em ritmo bem superior ao de anos passados. Setembro foi recorde! Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no acumulado da parcial deste ano, 842 mil cabeças foram embarcadas, 12,4% a mais que de janeiro a outubro/2024. O avanço das vendas externas de carne em outubro foi marcado por uma importante diversificação na pauta de destinos. Ainda que a China siga adquirindo mais da metade de toda a carne bovina exportada (53% em outubro), o volume no último mês foi o mesmo de setembro: 187.277 toneladas (em setembro, 187.273 toneladas). Assim, o impulso para o novo recorde veio do aumento dos embarques para a Indonésia, Estados Unidos, Chile, Egito e Países Baixos.
A Indonésia aumentou suas compras de 1 mil toneladas para 8 mil toneladas; Estados Unidos foram de 9,88 mil toneladas para 12,93 mil toneladas; Chile comprou 10,28 mil toneladas em setembro e, em outubro, 12,75 mil toneladas; Egito saiu de 9,46 mil toneladas para 11,96 mil toneladas e, Países Baixos, de 5,1 mil toneladas para 696 mil t toneladas. Os embarques para os Estados Unidos cresceram, mas ainda estão bem atrás do que era adquirido até julho. Em março e abril, foram mais de 40 mil toneladas em cada mês. O preço em dólar baixou 12,3% de setembro para outubro, mas essa queda representou o retorno ao patamar mais frequente nos meses anteriores, por volta de US$ 6,50 por Kg. A título de comparação, os cortes e demais produtos cárneos adquiridos pela China tiveram preço médio de US$ 5,55 por Kg e a média geral foi de US$ 5,35 por Kg, valor 1,6% menor que o de setembro; e o câmbio pressionou mais 0,5%. Para atender a essa forte demanda global, os principais Estados exportadores mantiveram o ritmo de produção.
Mato Grosso, São Paulo e Goiás continuaram liderando a originação da carne enviada ao exterior. Mato Grosso ampliou sua participação como principal origem, respondendo por 25,1% dos embarques de outubro, seguido por São Paulo, com 19,8%, e Goiás, com 12,3%. O forte escoamento de carne para o mercado internacional tem sido um dos principais fatores de sustentação dos preços no Brasil, à medida que evita excesso de oferta no mercado doméstico. Essa demanda combinada à oferta de animais para abate um pouco menor nesta época do ano têm estimulado pequenas e contínuas valorizações tanto da carne no atacado quanto de todas as categorias. A exportação de bovinos vivos também contribui para o cenário de oferta interna ajustada. Essa saída de bovinos, que seriam destinados majoritariamente ao abate no mercado interno, atua como um fator adicional de suporte para as cotações. Ao retirar matéria-prima do sistema, essa modalidade de exportação se soma ao escoamento de carne, enxugando a oferta doméstica total e favorecendo a firmeza dos preços de todo o setor. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.