11/Nov/2025
A China anunciou que vai retomar a importação da carne de frango brasileira quase seis meses após o embargo imposto em razão do caso de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul. Sem a possibilidade de vender para o principal parceiro, o setor sustentou a produção com a exportação para países de baixa renda. Após a confirmação do caso isolado de gripe aviária em uma granja comercial na cidade de Montenegro (RS), a China foi um dos 28 mercados que suspenderam a compra de frango do Brasil. Para limitar os prejuízos, a solução teve origem no redirecionamento dos produtos para países de baixa renda. Houve o redirecionamento de produtos para mercados que antes não compravam habitualmente ou pagavam preços menores e, por isso, se optava pela China. Mercados na África lideraram o movimento. O pé de frango recorrentemente exportado para a China foi direcionado para o continente.
A África do Sul e a África Subsaariana têm um poder aquisitivo menor. Eles até comem pé de frango ou usam para fazer ração animal. E não se vendia para eles porque a China pagava mais. A tendência agora é que os produtos voltem a ser direcionados à China. O setor estima que não haverá perda no volume de exportações neste ano. Mesmo com o embargo chinês, o remanejamento vai manter o volume de exportações no campo positivo. O total vendido pelo Brasil, responsável por mais de um terço da exportação mundial de frango, tem trajetória ascendente desde 2019. Após recuar 5% em 2018 (de 4,32 para 4,1 mil toneladas), a venda da proteína aumentou progressivamente até alcançar 5,29 mil toneladas no ano passado. A China foi o principal comprador do frango nacional no ano passado. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a China importou cerca de 562,2 mil toneladas de carne de frango do Brasil em 2024, equivalente a 10,9% do comércio nacional da proteína no ano passado.
As vendas confirmaram o Brasil como o maior exportador de carne de frango do mundo, com 35,4% da produção (5,9 milhões de toneladas) dedicada a 151 países. Com a volta da China, o setor vai chegar no final do ano positivo, batendo recorde de exportação. A China ainda é o quinto maior mercado para o frango brasileiro neste ano, apesar da restrição e da diminuição de 55% do frango comprado na comparação com o ano passado. Até dezembro, é provável que a China ultrapasse a África do Sul e esteja entre os quatro maiores importadores. O Canadá é o único mercado que mantém a restrição ao frango nacional. Com a retomada das exportações para a China, o país da América do Norte é o único com o embargo total à proteína brasileira. A restrição, no entanto, tem pequeno impacto para os fabricantes nacionais, já que o Canadá sequer aparece entre os 25 principais consumidores do frango brasileiro. Fonte: UOL Economia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.