11/Nov/2025
A Nestlé Brasil e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) assinaram um acordo de cooperação para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Os dois primeiros projetos serão nas cadeias de leite e de cacau. O acordo prevê investimentos em pesquisa genética, sistemas agroflorestais e outras práticas regenerativas. O valor investido no acordo não é informado pela Nestlé. A agricultura regenerativa é o pilar fundamental para avançar na redução das emissões da Nestlé e conseguir cumprir a meta global de descarbonização. Sem avançar com as práticas regenerativas é muito difícil entregar a meta. Globalmente, o grupo Nestlé estabeleceu a meta de reduzir as emissões totais em 50% até 2030 e alcançar o net zero (saldo zero entre emissões e captações) até 2050. A meta de reduzir as emissões totais em 20% até 2025 foi alcançada no ano passado, quando a companhia registrou uma queda de 21%.
No caso do leite, a pesquisa vai avaliar o perfil de emissão de vacas em lactação submetidas a diferentes dietas. Atualmente, 70% das emissões da empresa estão vinculadas à forma como se produz os ingredientes, sendo que metade desse total vem do leite. Por isso, é preciso olhar com maior cuidado essa cadeia. No caso do cacau, o projeto vai investir no desenvolvimento de sistemas agroflorestais de maior eficiência. As práticas regenerativas já utilizadas pela Nestlé Brasil aumentam em 18% a produtividade e em 44% a rentabilidade da propriedade. A empresa acredita no potencial do cacau brasileiro. O Brasil hoje é o sétimo produtor global. Já foi o primeiro. Ou seja, é preciso importar, o que é um contrassenso porque o cacau é uma planta nativa. Na Amazônia e em parte do interior da Bahia, o plantio sombreado de cacau é bastante presente.
Segundo a Embrapa, esse é o modelo recomendado para a região sob a ótica da descarbonização da agricultura. No sul da Bahia, é chamado de cabruca. Essa não é a primeira parceria entre a Embrapa e a Nestlé. Ao longo das últimas três décadas, as duas empresas desenvolveram iniciativas como o Programa de Boas Práticas em Fazendas de Leite, criado em 2006. Esse novo acordo foi chancelado pelo Nestlé Institute of Agricultural Sciences (NIAS). Inaugurado em 2023, na Suíça, o instituto tem como objetivo acelerar pesquisas em agricultura regenerativa, nutrição do solo, biodiversidade e adaptação climática. A Embrapa, nas últimas décadas, impulsionou a produtividade e a qualidade do campo brasileiro e, agora, lidera uma nova transformação: a transição da agropecuária convencional para modelos regenerativos, afirma a Nestlé Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.