10/Nov/2025
A Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) informou na sexta-feira (07/11) que a China retirou a proibição de importação sobre o frango brasileiro. "Com base nos resultados da análise de risco de surtos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAPP) fica suspensa a proibição a partir da data deste anúncio", diz o comunicado divulgado na sexta-feira (07/11), mas com data de 31 de outubro. A decisão da GACC de liberação do frango brasileiro havia sido tomada há mais de uma semana. Entretanto, era necessária uma reunião do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China para deliberar sobre o tema. As exportações brasileiras de produtos avícolas à China estavam suspensas desde 16 de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em plantel comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, conforme prevê o protocolo bilateral sanitário acordado entre os países. Em setembro, a autoridade sanitária realizou uma auditoria em granjas de corte e de reprodução no País para avaliar os controles do país relacionados à Influenza Aviária.
A missão técnica era considerada a etapa crucial para retomada dos embarques ao mercado chinês, o principal mercado do frango brasileiro. A China é o principal destino do frango brasileiro, sendo responsável por 13% dos embarques da proteína brasileira. Em 2024, o Brasil exportou 561 mil toneladas de carne de frango à China, gerando US$ 1,288 bilhão em vendas externas. O Brasil buscava retomar a exportação de frango para a China desde o fim de junho, após a conclusão do caso de gripe aviária e da recuperação do status de país livre de gripe aviária em plantel comercial com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O protocolo acordado entre Brasil e China prevê que o Brasil pare de certificar as exportações para o mercado chinês em caso de gripe aviária em plantel comercial. O reconhecimento do status sanitário brasileiro e a retomada das exportações dependiam, contudo, da validação da autoridade sanitária chinesa, assim como ocorre com os demais países importadores dos produtos avícolas nacionais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu pessoalmente ao presidente da China, Xi Jinping, que o país voltasse a comprar frango brasileiro. O pedido foi feito por Lula durante telefonema a Xi em 11 de agosto, no qual o presidente brasileiro teria mencionado o assunto três vezes durante a ligação com o líder chinês. Na ocasião, Lula lembrou a Xi que o Brasil é o principal fornecedor de pés de frango à China, comércio de cerca de US$ 1 bilhão por ano. O governo brasileiro já foi comunicado pelas autoridades chinesas da retirada da proibição de importação sobre frango brasileiro. A decisão chinesa não foi vista como surpresa no governo, já que pelo menos há uma semana circulava nos bastidores que a retomada das exportações de frango brasileiro para o país asiático era iminente. Frigoríficos já esperavam a liberação para sexta-feira (07/11). Gigantes do setor já prepararam a retomada das linhas de produção destinadas ao país asiático para esta segunda-feira (10/11). O Brasil buscava retomar a exportação de frango para a China desde o fim de junho, após a conclusão do caso de gripe aviária e da recuperação do status de país livre de gripe aviária em plantel comercial com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
A rapidez do Brasil em controlar o caso e evitar a disseminação no plantel comercial foi determinante para o processo mais célere. Fontes do setor avaliam ainda que houve uma certa influência política sobre a decisão. O "efeito Lula", de acordo com interlocutores da indústria, deu celeridade ao processo. A China geralmente leva entre um ano e dois anos para reabrir o mercado a qualquer país em casos de Influenza Aviária. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou a reabertura do mercado chinês à carne de frango do Brasil. A decisão é resultado direto da "competência técnica e diplomática do Brasil", em um esforço conjunto que envolveu o Ministério da Agricultura, o Itamaraty, e o setor privado. A retomada também contou com apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ABPA destacou o "amplo e altamente profissional trabalho de negociação" conduzido pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, com apoio de seus secretários Luís Rua (Relações e Comércio Internacional) e Carlos Goulart (Defesa Agropecuária).
Houve um intenso esforço diplomático e técnico articulado entre governo e setor privado. A reabertura da China coroa o sucesso dessa grande ação conjunta. O Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores confirmaram, em nota conjunta, que a China retirou as restrições impostas às exportações de frango brasileiro. A decisão, de efeito imediato, foi tomada com base nos resultados da análise de risco conduzida pelas autoridades chinesas. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, responsável por cerca de 35% do mercado global. As exportações brasileiras de produtos avícolas à China estavam suspensas desde 16 de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em plantel comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, conforme prevê o protocolo bilateral sanitário acordado entre os países. O Brasil mantém o status de país livre de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) desde 18 de junho.
Após a conclusão dos procedimentos de desinfecção da propriedade e de todas as ações sanitárias exigidas. Atualmente, apenas o Canadá mantém a suspensão total das importações de carne de aves provenientes do Brasil. A ABPA avaliou que a reabertura do mercado chinês para a carne de frango do Brasil representa um marco decisivo para o desempenho das exportações em 2025. A retomada das compras pelo país asiático deve impulsionar significativamente os embarques nos próximos meses e reforçar o protagonismo brasileiro no comércio global de proteína animal. O retorno da China é um fator determinante para o crescimento das exportações e para a estabilidade do setor neste fim de ano. A decisão das autoridades chinesas reacende perspectivas positivas para 2025. Os números de outubro já refletem o bom momento. O Brasil exportou 501,3 mil toneladas de carne de frango, o segundo maior volume mensal da história, com alta de 8,2% em relação a igual mês de 2024 (463,5 mil toneladas).
Com esse resultado, o volume acumulado de janeiro a outubro chegou a 4,378 milhões de toneladas, praticamente igualando o total registrado em igual período do ano passado (4,380 milhões). O desempenho de outubro é o melhor desde março de 2023, quando registrou o recorde histórico. Com esse ritmo, a projeção é de um crescimento para os doze meses de 2025. A receita das exportações somou US$ 865,4 milhões em outubro, queda de 4,3% sobre igual mês do ano anterior. No acumulado do ano, as vendas externas totalizaram US$ 8,031 bilhões, recuo de 1,8% frente a 2024. Entre os principais destinos, a África do Sul liderou as importações, com 53,7 mil toneladas (+126,9%), seguida por Emirados Árabes Unidos (40,9 mil toneladas; +32%), Arábia Saudita (36,6 mil toneladas; +66,1%), Filipinas (34 mil toneladas; +38,2%) e Japão (29,7 mil toneladas; -25,5%). O Paraná manteve-se como o maior exportador, com 205,1 mil toneladas (+7,9%), seguido por Santa Catarina (111,6 mil toneladas; +5,8%), Rio Grande do Sul (60,9 mil toneladas; +8,8%), São Paulo (32,2 mil toneladas; +12,3%) e Goiás (27,3 mil toneladas; +44,4%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.