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06/Nov/2025

Boi: preço da reposição motiva retenção de fêmeas

Os preços dos bovinos de reposição e da vaca têm registrado avanços consistentes nas principais regiões pecuárias do País. Esse movimento, que, por vezes, supera o ritmo de valorização observado para o boi gordo, é um forte indicativo de que o ciclo pecuário está entrando em fase de retenção de matrizes, após abates recordes de fêmeas no segundo trimestre deste ano, que somaram mais da metade do total. Diante do aumento do interesse por parte de recriadores, muitos pecuaristas buscam recompor o rebanho, limitando o descarte de fêmeas e, neste contexto, obtendo valorização das categorias de reposição. A análise dos preços regionais mostra que o aumento das cotações da reposição é mais evidente onde é baixa oferta de animais em peso e idade ideais nos Estados das Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, pecuaristas de recria e engorda têm aumentado a demanda em Estados da Região Norte, como Pará e Tocantins.

Em Mato Grosso do Sul, tradicional na produção de bezerros, o preço médio do bovino nelore até 12 meses se mantém praticamente estável de outubro até esse começo de novembro, com a média em torno de R$ 2.940,00 por cabeça, mas com forte alta de 14% no comparativo com novembro de 2024, em termos nominais. No Pará, de outubro até agora, os preços também permaneceram estáveis, a R$ 2.635,00 por cabeça, mas com alta anual de 18,2%. Em Tocantins, houve reação nas últimas semanas, e a média atual é 3,4% maior que a de outubro e 29% superior à de novembro passado, com o bezerro cotado R$ 2.837,00 neste mês. As cotações da vaca evidenciam ainda mais a atual fase do ciclo. Com o início da primavera e da estação de monta, a de retenção de fêmeas para a reprodução se intensificou. Isso reduz a disponibilidade de vacas e novilhas para o abate, motivando alta de suas cotações.

O resultado já aparece na diminuição dos diferenciais com o boi gordo. Em Mato Grosso do Sul, a cotação da vaca gorda avançou 2,2% de outubro para cá, enquanto a do boi gordo avançou 1,6%. Em Tocantins, a fêmea para abate se valorizou 4,4% e o boi gordo, 2,7%. A mesma tendência é observada em outros Estados, como Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná e Rondônia. Com a recomposição do rebanho em andamento, a tendência é de oferta limitada de bovinos de reposição nos próximos meses, mas com possibilidade de que a atual estação de monta venha a reforçar a desmana a partir do começo do segundo semestre de 2026. Embora o preço elevado do bezerro represente maior custo para o terminador, ele sinaliza uma recuperação da rentabilidade para o criador, e isso incentiva investimentos na atividade de cria nos principais estados produtores do País. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.