04/Nov/2025
Segundo o Itaú BBA, no relatório "Ovos no Brasil: Desempenho, Estrutura e Perspectivas", o setor de ovos deve manter em 2026 o ritmo de expansão observado nos últimos dois anos, com crescimento projetado entre 4% e 5%, sustentado pela menor custo de ração e pela demanda doméstica aquecida. O estudo aponta que, mesmo após a correção dos preços ao longo de 2025, o segmento de postura comercial continua operando com margens positivas. O produto, que chegou a R$ 248,00 por caixa de 30 dúzias em março, recuou para R$ 173,00 por caixa de 30 dúzias em outubro, acompanhando a ampliação da oferta. No entanto, a redução de 27% no preço do milho desde março e a estabilidade da soja mantiveram os custos sob controle.
Com os custos de ração permanecendo favoráveis, o setor deve continuar registrando margens positivas, beneficiado ainda pela característica 'antifrágil' do ovo, um alimento de preço acessível que tende a ganhar demanda em cenários de restrição orçamentária das famílias. De janeiro a junho, a produção totalizou 2,447 bilhões de dúzias, avanço de 7,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 83% destinados ao consumo, que cresceu 9,2%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O alojamento de pintainhas perdeu fôlego no segundo semestre, sinalizando ajuste gradual da oferta após o forte crescimento de 2024. As exportações, embora ainda representem menos de 1% da produção nacional, cresceram 44,8% até setembro, alcançando 46 mil toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os Estados Unidos seguem como principal destino, com 42% dos embarques, apesar do impacto das tarifas impostas em agosto. México, Japão e Emirados Árabes Unidos também ampliaram suas compras. Para 2026, a previsão é de manutenção das margens positivas, apoiada por custos de ração mais baixos, reflexo da colheita recorde de milho e da expectativa de safra cheia de soja, e pela continuidade do consumo interno, que atingiu 269 ovos per capita em 2024, com crescimento médio de 4% ao ano na última década. A estrutura produtiva, historicamente fragmentada, tende a se consolidar por meio de fusões, aquisições e parcerias regionais, impulsionadas por ganhos de eficiência e automação. A manutenção do status sanitário nacional é vista como condição essencial para sustentar a confiança dos mercados e garantir a expansão do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.