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30/Oct/2025

Boi: previsão de alta no preço no 2º semestre/2026

Segundo o Rabobank, a produção brasileira de carne bovina deve cair entre 5% e 6% em 2026, para cerca de 10,5 milhões de toneladas em equivalente carcaça, após três anos de abate intenso de fêmeas e redução na oferta de bezerros. A menor disponibilidade tende a sustentar preços mais altos no mercado interno ao longo do próximo ano, que deve apresentar valorização gradual da arroba no segundo semestre. A dúvida sobre o preço do boi gordo no ano que vem, é se existe espaço para preços mais altos, principalmente naquela ideia de R$ 400,00 por arroba registrada no começo deste ano. O banco ainda não está projetando R$ 400,00 por arroba para o ano que vem, mas certamente no segundo semestre os preços devem ficar acima de R$ 350,00 por arroba.

O setor está entrando em fase de recomposição de rebanho, com retenção de fêmeas e menor ritmo de abate de vacas e novilhas. Esse movimento reduz a oferta de boi gordo e limita a disponibilidade de carne bovina em 2026. Pode haver ainda um movimento de liquidação de fêmeas no ano que vem, mas deve ser em patamares muito menores do que esse ano. Então deve ver, de fato, uma inversão nesse ciclo. Do lado da demanda, o mercado externo continua forte e segue ancorando preços. Até setembro de 2025, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas de carne bovina, recorde histórico para o período, com alta de 16% em volume e 35% em receita na comparação anual. A China respondeu por 47% das compras e os Estados Unidos, por 219 mil toneladas.

Os dois mercados somaram mais de metade da receita de exportação do Brasil. Essa concentração é vista como um risco e é preciso monitorar dois pontos: a investigação de salvaguarda aberta pela China contra a carne bovina brasileira, que se encerra em 26 de novembro e pode resultar em cotas, e o efeito das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos, que já reduziram o ritmo de embarques recentes. Ao mesmo tempo, o Rabobank aponta espaço para diversificação comercial com a eventual habilitação do Japão em 2026, mercado que paga prêmios por cortes de maior valor agregado. No mercado doméstico, o consumo deve perder fôlego em 2026 com a alta esperada da arroba. A projeção é de que o consumo per capita caia para perto de 30 Kg por habitante ao ano, favorecendo a substituição por frango e suíno.

Mesmo assim, alguns fatores pontuais podem sustentar a demanda ao longo do ano, como Copa do Mundo e eleições presidenciais, que costumam gerar aumento temporário do poder de compra e de consumo fora de casa. Chama atenção as variáveis de curto prazo que afetam a oferta. A confirmação do fenômeno La Niña no fim de 2025 pode limitar o ganho de peso do gado a pasto no início de 2026, com previsão de chuvas abaixo da média na Região Sul e excesso de precipitação em parte da Região Centro-Oeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Ao mesmo tempo, os confinamentos seguem operando cheios, apoiados em custos mais baixos de ração e reposição, o que ajuda a garantir oferta mínima enquanto o ciclo de retenção avança. O ambiente ficará ainda bastante volátil em 2026, mas com menos surpresas do que neste ano, principalmente do lado da demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.