29/Oct/2025
A biosseguridade é o alicerce da produção leiteira sustentável. Práticas simples, baixo custo e alto impacto garantem saúde animal, qualidade do leite e rentabilidade. A Castrolanda abordou a biosseguridade na pecuária leiteira, um tema estratégico para a eficiência e sustentabilidade da atividade. A biosseguridade como um conjunto de práticas e protocolos voltados para a prevenção da entrada, disseminação e permanência de agentes patogênicos no rebanho. A biosseguridade abrange aspectos sanitários, estruturais, de manejo e gestão, tendo como meta principal proteger a saúde animal, garantir a qualidade do leite e manter a viabilidade econômica das atividades.
Os principais riscos sanitários enfrentados nas fazendas leiteiras incluem a introdução de animais portadores de doenças infectocontagiosas, como a brucelose, tuberculose, IBR e BVD. Outros fatores de risco são o trânsito descontrolado de pessoas e veículos, o uso de equipamento contaminado (especialmente no manejo reprodutivo e na ordenha), a contaminação de água e alimentos, e a ausência de protocolos para o isolamento de animais doentes. No geral, esses fatores favorecem doenças crônicas que geram um alto impacto zootécnico e econômico. Para estruturar um programa eficiente, há alguns pilares:
1. Realizar um diagnóstico sanitário do rebanho na compra, incluindo testes periódicos e sorologia.
2. Implantar uma quarentena efetiva (pelo menos 30 dias) para animais adquiridos de fora.
3. Fazer o controle rigoroso da entrada de pessoas, veículos e equipamentos, registrando quem entra e sai da propriedade e fazendo a desinfecção necessária.
4. Adotar Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs), principalmente na ordenha, no manejo de bezerras e no descarte de resíduos biológicos.
5. Promover a capacitação contínua da equipe e monitorar os indicadores zootécnicos e sanitários da fazenda.
Dentro da atividade leiteira, certas doenças demandam maior atenção. A brucelose e a tuberculose são consideradas críticas por serem zoonoses de notificação obrigatória e terem um significativo impacto comercial. A mastite foi citada como uma das principais causas de descarte de vacas e prejuízo econômico na produção. No caso das bezerras, a diarreia e a pneumonia comprometem o futuro produtivo, enquanto doenças virais como a IBR e a BVD afetam a reprodução e o sistema imunológico do rebanho. A biosseguridade impacta diretamente na qualidade do leite. Um rebanho livre de doenças produz leite com menor contagem bacteriana e menor contagem celular, o que melhora os índices de CCS e CPP.
Além disso, reduz o descarte de leite contaminado, por exemplo, por resíduo antibiótico. Contribuir para as normas de qualidade do leite também ajuda a propriedade a atender à certificação das Boas Práticas Agropecuárias (BPA). É fundamental desmistificar a ideia de que a biosseguridade é cara. Muitas ações são de baixo custo e alto impacto, como controlar o acesso, realizar a limpeza adequada dos utensílios, isolar animais doentes e treinar a mão de obra. O impacto de não controlar uma doença, que resulta em perda reprodutiva, descarte precoce e redução na produção, é muito maior do que o investimento necessário para implantar essas práticas.
Para iniciar a implementação, mesmo que de forma gradual, o produtor deve, primeiramente, elaborar um plano de biosseguridade individualizado para a propriedade. Este plano deve considerar os riscos específicos, os fluxos de animais e pessoas, e a estrutura já disponível. O produtor pode começar com ações pontuais, como a quarentena, o isolamento e a higienização de equipamentos, e avançar à medida que os retornos produtivos e sanitários começarem a aparecer. Foi reforçada a importância de integrar a biosseguridade como rotina nas fazendas leiteiras, pois o futuro da pecuária é sustentável, seguro e tecnificado. Tudo isso começa com a prevenção. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.