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28/Oct/2025

Boi: acordo com países da Asean favorece os EUA

A Federação de Exportação de Carne dos Estados Unidos (USMEF) afirmou que "aprecia profundamente os esforços incansáveis" do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) para enfrentar as barreiras tarifárias e não tarifárias que dificultam o acesso da carne bovina e suína norte-americana ao Sudeste Asiático. Com o mercado chinês efetivamente fechado à carne bovina dos Estados Unidos neste ano, o fortalecimento das relações comerciais com países da Asean, como Malásia, Camboja, Tailândia e Vietnã, tornou-se "desesperadamente necessário" para absorver cortes populares na Ásia, mas pouco demandados pelos consumidores norte-americanos. As exportações de carne bovina são essenciais para maximizar o valor e sustentar a reconstrução do rebanho norte-americano, objetivo declarado do governo Trump.

Para a carne suína, as exportações têm sido o motor do crescimento do setor, permitindo que os consumidores dos Estados Unidos continuem tendo acesso a produtos como bacon e costelas, enquanto itens de menor valor doméstico, como pés, estômagos e presuntos com osso, encontram compradores na Ásia. Segundo a USMEF, os Estados Unidos detêm atualmente pequenas fatias dos mercados de importação na Tailândia, Vietnã, Malásia e Camboja, mas o potencial de crescimento é significativo se as barreiras comerciais forem superadas pelos novos acordos firmados pelo governo. A entidade afirmou aguardar com expectativa a rápida implementação dos acordos assinados com Malásia e Camboja e novos avanços nas tratativas com Tailândia, Vietnã e Indonésia, esta última coberta por uma declaração conjunta anunciada em julho.

As declarações da USMEF ocorrem em meio à decisão do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) de abrir uma investigação, sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, sobre a implementação pela China do chamado "Acordo da Fase Um", firmado em 2020 durante o primeiro mandato de Donald Trump. A investigação busca determinar se a China cumpriu integralmente seus compromissos e avaliar o impacto de eventuais descumprimentos sobre o comércio americano, além de indicar se serão necessárias medidas de resposta, o que pode incluir novas tarifas. A USMEF diz apoiar a iniciativa do USTR, destacando que a indústria de carne vermelha dos Estados Unidos, e a bovina em particular, foi uma das principais beneficiárias do acordo, que havia elevado as exportações anuais de carne bovina para a China de US$ 86 milhões para mais de US$ 2 bilhões.

A decisão chinesa de abandonar a Fase Um e efetivamente fechar o mercado à carne norte-americana resultou em perdas estimadas entre US$ 150,00 e US$ 165,00 por cabeça de gado, o equivalente a cerca de US$ 4 bilhões por ano. O USTR justificou a abertura da investigação afirmando que, apesar de repetidas tentativas de diálogo, a China parece não ter honrado compromissos ligados a barreiras não tarifárias, acesso ao mercado e compras adicionais de produtos americanos previstos no acordo de 2020. Com o mercado chinês fechado e a disputa comercial em escalada, o Sudeste Asiático desponta como prioridade para a indústria norte-americana. A região pode não apenas compensar parte das perdas causadas pelo bloqueio chinês, mas também diversificar destinos de exportação e ampliar o valor agregado da produção, garantindo espaço para cortes e produtos menos valorizados nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.