28/Oct/2025
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) defendeu que o Brasil atraia capital de países islâmicos para financiar a transição da pecuária a modelos de produção sustentáveis. A ideia é ligar segurança alimentar e redução de impacto ambiental em um mesmo fluxo de recursos. É preciso pensar nisso como um ciclo virtuoso, de atrair finanças do mundo islâmico para investimento em agropecuária sustentável no Brasil, sabendo que esse investimento ajuda a melhorar a produção, reduzir emissões, reduzir impactos ambientais e garantir um fornecimento de alimentos cada vez mais sustentável para o mundo islâmico. As exportações brasileiras de carne bovina para países islâmicos somam quase US$ 1,5 bilhão neste ano e é um mercado estratégico. O mundo enfrenta “dois grandes desafios globais”: segurança alimentar e crise climática, e o Brasil tem papel relevante nos dois pontos, como fornecedor de alimentos a países com menor capacidade de produção e como ator pressionado a reduzir emissões.
A Abiec apresentou duas frentes de investimento que o Brasil quer levar à COP30. A primeira é o Tropical Forest Facility (TFFF), mecanismo proposto pelo governo brasileiro para financiar a conservação de florestas tropicais. Ali tem oportunidades para investidores de fundos soberanos dos países, mas também para investidores privados. O mecanismo vai operar dentro do Banco Mundial, mas a ideia aportar investimentos nessa facility que vão ser destinados a remunerar quem está ajudando a conservar florestas em países tropicais. A segunda frente é o programa Caminho Verde Brasil, do Ministério da Agricultura. O plano prevê recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, dentro de um total de 160 milhões de hectares de pastagem no País, convertendo essas áreas em sistemas produtivos integrados, de maior eficiência e menor emissão. Esse é um programa de investimentos que também está aberto a investidores privados.
Pegando áreas que hoje têm baixa produtividade para transformar em uma agricultura melhor, em sistemas integrados e até em pastagens recuperadas que vão permitir uma produção mais eficiente. A pecuária brasileira já elevou produtividade nas últimas décadas e reduziu a área ocupada, mas ainda há gargalos na base da cadeia. Há muitos produtores na base da pirâmide que precisam de investimentos para melhorar essa produtividade e tecnologia. A pecuária tem uma presença muito grande de pequenos e médios produtores que precisam de assistência técnica para conseguir avançar. Quanto à rastreabilidade, o Brasil mantém um sistema robusto de controle sanitário, o que permite exportar carne bovina para mais de 150 mercados. Desde 2009 que a indústria brasileira vem implementando controles para desvincular a ilegalidade, fazer essa análise de compliance, ESG, nas compras de gado. Mas, é importante que os clientes entendam isso e reconheçam quais empresas estão de fato implementando esses controles. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.