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27/Oct/2025

Carnes: JBS fecha acordos de produção na Indonésia

"Tem que falar bem do Brasil". Assim o empresário Joesley Batista, dono da maior exportadora de proteína animal do mundo, responde sobre o que fez no encontro privado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, um mês atrás. A conversa era parte de uma estratégia conjunta do setor privado aos contatos secretos entre autoridades dos governos brasileiro e norte-americano para facilitar a aproximação dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até então, as portas estavam fechadas. “Tem que falar bem do Brasil, coisa que todo brasileiro deveria fazer. Infelizmente, nem todo brasileiro fala bem do Brasil”, disse Joesley que acompanha delegação empresarial ao Sudeste Asiático convidado para acompanhar a visita de Lula. Joesley não acompanhou a reunião de Lula com Trump. Um acordo é considerado improvável. Mas Lula pediu a reversão das medidas do tarifaço de 50% sobre o País e a revogação de punições a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Executivo.

Os irmãos Batista possuem operações extensas nos Estados Unidos. A JBS mandou para o comitê de inauguração presidencial de Donald Trump US$ 5 milhões. Uma doação pós-campanha. Após o tarifaço, o empresário reuniu-se com Trump e fez contatos na Casa Branca com aliados próximos do republicano, como a chefe de gabinete Susie Wiles. Mas, não fala muito sobre o acesso privilegiado em Washington. Junto ao governo brasileiro, o tratamento ficou claro. De todos os empresários que estiveram com Lula em Jacarta (havia Embraer, Marfrig e Vale), apenas Joesley e Wesley Batista sentaram-se à mesa para a série de encontros reservados e o almoço no Palácio Merdeka, a convite do presidente Prabowo Subianto. Em outro espaço das cerimônias, juntou-se a eles o executivo José Carlos Grubisich, que vai assumir as operações em futuro escritório do grupo em Jacarta. O trio, entrosado com autoridades brasileiras, assinou três acordos com o governo da Indonésia, sob aplausos de Lula e Subianto.

- Memorando de Entendimento entre a PT Danantara Investment Management (Persero) e a JBS N.V. na condução da exploração e negociação do Plano de Transação

- Memorando de Entendimento entre a PT Perusahaan Listruk Negara (Persero) e a J&F S.A. sobre cooperação no estudo do desenvolvimento de usinas hidrelétricas em apoio à transição energética na Indonésia

- Memorando de Entendimento entre Fluxus Holding e Pertamina referente à exploração de oportunidades de cooperação no setor energético

Os acordos envolvem a Âmbar Energia e a PLN, a JBS e o fundo soberano indonésio e a Fluxus e a empresa correspondente de óleo e gás da Indonésia. É incomum que acordos privados sejam assinados e anunciados numa cerimônia de Estado e diante dos aplausos de dois presidentes. O Palácio do Planalto não publicou fotos dos atos assinados por eles, mas sim a lista, divulgada também pelo lado da Indonésia. Embora admita um sinal de prestígio, Wesley afirmou que não se trata de uma reedição da política de “Campeões Nacionais” de gestões petistas anteriores. Ele afirmou não se tratar de um interesse do governo brasileiro e creditou sua presença a convite do governo da Indonésia.

O governo indonésio está buscando, como no Brasil, investimentos e desenvolver a indústria local. Os irmãos Batista querem aproveitar o potencial do arquipélago indonésio para explorar produção de proteína, aves, ovo e pescados, carne bovina, suínos, processados, bacon e presunto. A ideia é explorar oportunidades de investimento conjunto com o fundo soberano para produção local de proteínas e pescados em geral. A JBS pretende introduzir seus produtos no mercado do Sudeste Asiático a partir das plataformas da companhia na Austrália. São US$ 7 bilhões em vendas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.