24/Oct/2025
Em meio às críticas recentes de pecuaristas norte-americanos contra a intenção do governo dos Estados Unidos de aumentar as importações de carne bovina da Argentina, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou nesta quinta-feira (23/10) um pacote de medidas voltado a fortalecer a produção doméstica da proteína e reduzir os preços ao consumidor. O plano inclui a ampliação de terras federais disponíveis para o pastoreio de gado, o endurecimento das regras de rotulagem para produtos classificados como "Produto dos Estados Unidos" e a criação de novos programas de auxílio financeiro para processadores de carne bovina. O governo também pretende acelerar reformas regulatórias e aumentar a capacidade de processamento, inclusive com o fornecimento de mais carne bovina produzida localmente para o sistema escolar.
As medidas vêm em um momento de forte tensão no setor pecuário, que enfrenta custos elevados e pressões externas. A American Farm Bureau Federation (AFBF) alertou novamente para os riscos de aumentar a dependência externa de carne bovina num período de recuperação frágil das fazendas norte-americanas. As famílias rurais também sentem o impacto do aumento dos custos com alimentos. Enquanto isso, os agricultores enfrentam uma crise econômica. As despesas continuam altas e as fazendas de gado foram dizimadas por anos de preços baixos, seca e pela ameaça da larva da mosca-bicheira do Novo Mundo. Os pecuaristas norte-americanos estão apenas começando a experimentar uma recuperação frágil. Este é um momento decisivo para o setor: os pecuaristas sabem que as famílias norte-americanas preferem comprar carne bovina produzida nos Estados Unidos.
Se o aumento das importações empurrar os pecuaristas para o vermelho, haverá a consequência indesejada de aumentar a dependência de outros países para alimentação e enfraquecer a capacidade de reconstruir um rebanho norte-americano forte. O Brasil figurava como principal exportador de carne bovina para os Estados Unidos, mas com a imposição do tarifaço de 50%, em vigor desde abril, os embarques da carne bovina brasileira recuaram. Diante da queda do estoque bovino nos Estados Unidos, e na intenção de reduzir custos internos e a inflação, o presidente norte-americano, Donald Trump, aventou a possibilidade de importar carne bovina da Argentina, o que tem gerado protestos dos produtores estadunidenses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.