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24/Oct/2025

Boi: compra da Argentina não baixará preço nos EUA

A decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de quadruplicar as importações de carne bovina argentina deve ter impacto limitado nos preços nos Estados Unidos, já que o fluxo da Argentina não é suficiente para compensar a ausência do produto brasileiro. O governo norte-americano afirmou nesta quinta-feira (23/10) que está aumentando de 20 mil para 80 mil toneladas a cota de importação de carne da Argentina com tarifa reduzida. Trump afirmou que a medida tem como objetivo reduzir o preço que os consumidores pagam pela carne, mas analistas e traders não estão convencidos de que o aumento das importações derrubará os preços elevados vistos este ano.

Segundo a Allendale, com 80 mil toneladas, a Argentina ainda não compensaria a quantidade de carne que deixa de vir do Brasil devido às tarifas de 50% impostas por Trump a produtos brasileiros. Segundo a Consus Ag Consulting, os Estados Unidos importaram 215 mil toneladas de carne do Brasil em 2024, e esse fluxo foi interrompido. Os preços da carne bovina no atacado dos Estados Unidos subiram mais de 28% desde o início do ano, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os preços da carne bovina de alta qualidade atingiram um pico de US$ 4,16 por libra-peso em setembro, o nível mais alto desde o início da pandemia de Covid-19.

Os futuros de boi gordo negociados na Bolsa de Chicago subiram mais de 26% desde o início do ano, de acordo com dados da FactSet. O contrato contínuo atingiu um recorde de US$ 2,48 por libra-peso no início deste mês. O aumento dos preços do gado é impulsionado por um rebanho historicamente pequeno nos Estados Unidos e por problemas com a larva da mosca-da-bicheira, um parasita que infesta animais de produção e levou o USDA a proibir a entrada de gado mexicano nos Estados Unidos. O rebanho bovino norte-americano diminuiu para níveis não vistos em pelo menos 50 anos, segundo dados do USDA.

Nesta quinta-feira (23/10), o USDA divulgou um plano para ajudar criadores de gado a recomporem rapidamente esses rebanhos, que inclui a flexibilização dos regulamentos de pastagem e auxílio aos pecuaristas. Mas, traders não acreditam que essas novas regras vão acelerar significativamente o processo de recomposição do rebanho do país. Não há solução de curto prazo para o alto preço da carne. Mesmo que o gado se reproduza mais rapidamente, leva cerca de dois anos para estar pronto para o abate. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.