24/Oct/2025
A Pomerode, dos fundadores da Eisenbahn, entra no mercado de iogurtes com produtos naturais e parceria com a gigante JBS. Em 2002, eles fundaram a cervejaria Eisenbahn com uma proposta até então pouco comum no Brasil: seguir uma tradicional lei de pureza alemã para cervejas, de 1516. Ela estabelece que as cervejas tenham apenas três ingredientes: água, malte e lúpulo. Foi uma revolução no mercado nacional, que apostava em marcas com milho e outros itens adicionados para dar leveza e baratear o custo de produção. A Eisenbahn ajudou a abrir terreno para o hoje incensado nicho das cervejas puro-malte, responsáveis por cerca de 25% do mercado nacional. Os irmãos Mendes venderam sua cervejaria em 2008 para o que hoje é o grupo Heineken. Em 2013, apostaram num novo negócio, também pautado pela simplicidade: queijos especiais. Compraram a Queijos Pomerode, em Santa Catarina, e passaram a fabricar queijos com quatro ingredientes: leite, fermento, coagulante e sal. Hoje, a queijaria, dona também da marca Vermont, processa 5 mil litros de leite por dia, para fabricar 500 quilos de queijo a cada 24 horas.
Eles são vendidos em supermercados e lojas especializadas por preços que podem passar de R$ 300,00 por Kg. É uma produção artesanal, feita por 40 funcionários numa linha de produção cercada pela Mata Atlântica. Alguns queijos passam até 12 meses descansando em temperatura e umidade controladas. Na frente da fábrica, uma charmosa lojinha, oferece também geleias e mel da empresa, assim como produtos artesanais de parceiros, como linguiças e vinhos. Em 12 anos, os Mendes conquistaram seu quinhão num mercado restrito, o de queijos especiais, sem apostar em itens mais massificados como muçarela ou prato. Conquistaram mais de 100 prêmios nacionais e internacionais, incluindo o de melhor queijo do mundo. O problema é que o nicho premium representa pouco mais de 6% do mercado de queijos no Brasil, e o crescimento não é suficiente para comportar a ambição dos empreendedores. Por isso, há algumas semanas, eles lançaram um novo produto com potencial de mais que duplicar o tamanho do negócio: iogurte. É um mercado estimado em mais de R$ 20 bilhões no Brasil.
Os queijos são para momentos especiais. Mas, o iogurte já é um produto que está na mesa do brasileiro todos os dias. Em abril, a Vermont lançou um iogurte natural que tem dois ingredientes: leite e fermento. Nada de espessantes, conservantes, aromatizantes e corantes que são comuns nos produtos campeões de venda no Brasil. Competirá num nicho novo e em crescimento no País, o de iogurtes especiais. A venda começou pela rede St Marche, especializada em produtos premium. Agora, a empresa prepara um novo lançamento, um iogurte com colágeno, para atender consumidores cada vez mais preocupados com saúde e bem-estar. O lançamento será feito em parceria com a Genu-in, da gigante dos alimentos JBS. Há uma movimentação muito forte de consumo de produtos com adição de proteína, inclusive pelo “efeito do Ozempic”, que limita o apetite. A empresa vai oferecer um produto que atende essa demanda. Além de ampliar a receita, os iogurtes podem trazer também ganho de margem. Nos queijos, apenas 10% do leite é aproveitado. Nos iogurtes, a taxa sobe para mais de 90%. Fonte: Exame. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.